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4 Trabalhar com consciência | Trabalhar bem, trabalhar por amor (v2)

Trabalhar com consciência

 

Se queremos de verdade santificar o trabalho, é preciso que cumpramos ineludivelmente a primeira condição: trabalhar, e trabalhar bem!, com seriedade humana e sobrenatural30.

Já vimos, no capítulo anterior, que trabalhar por um «motivo sobrenatural» é a alma da santificação do trabalho31. Agora nos deteremos a considerar que a «matéria» vivificada por essa alma é o trabalho bem feito. O motivo sobrenatural, se é autêntico amor a Deus e ao próximo, reclama necessariamente que procuremos levar a cabo nossa tarefa o melhor possível.

São Josemaria ensina que a santificação do trabalho supõe a boa realização do próprio trabalho, sua perfeição humana, o bom cumprimento de todas as obrigações profissionais, entremeadas às familiares e sociais. É necessário trabalhar com consciência, com senso de responsabilidade, com amor e perseverança, sem abandonos ou leviandades.

Para meditar com fruto esse ensinamento, convém observar que, quando falamos de «trabalhar bem», referimo-nos antes de tudo à atividade de trabalhar, não ao resultado do trabalho.

Pode acontecer que se trabalhe bem e, no entanto, a tarefa saia mal, seja por um equívoco involuntário ou por algum fator que não dependeu do operário. Nesses casos – que se apresentam com frequência – fica clara a diferença entre quem trabalha com sentido cristão e quem busca principalmente o êxito humano. Para o primeiro, o que tem valor é, antes de tudo, a própria atividade de trabalhar e, ainda que não tenha obtido um bom resultado, sabe que não se perdeu nada do que procurou fazer bem por amor a Deus e com desejos de procurar corredimir com Cristo; por isso, não se abate pelas contrariedades, mas – superando-as – vê nelas a possibilidade de se unir mais à Cruz do Senhor. Por outro lado, para o segundo, tudo se malogrou se não saiu bem. Evidentemente, quem pensa assim nunca entenderá o que é santificar a atividade profissional.

Trabalhar com consciência é trabalhar com perfeição humana e por um motivo sobrenatural. Não é trabalhar humanamente bem e depois acrescentar um motivo sobrenatural. É algo mais profundo, porque precisamente é o amor a Deus o que deve levar um cristão a realizar com perfeição o seu encargo, já que:

Não podemos oferecer ao Senhor uma coisa que, dentro das pobres limitações humanas, não seja perfeita, sem mancha, realizada com atenção até nos mínimos detalhes: Deus não aceita trabalhos «marretados». Não apresentareis nada de defeituoso, admoesta--nos a Escritura Santa, pois não seria digno dEle (Lev 22, 20)32.

Quando se procura agir assim, é normal que o trabalho saia bem e se obtenham bons resultados. Mais ainda: costuma acontecer que quem busca santificar o trabalho se destaque profissionalmente entre os seus iguais, pois o amor a Deus o impulsiona a «exceder-se com gosto, e sempre, no dever e no sacrifício»33. Mas não é necessário esquecer que Deus permite às vezes contradições e fracassos humanos para que purifiquemos nossa intenção e participemos da Cruz do Senhor. E isso não significa que não se tenha trabalhado bem e santificado essa tarefa.

 

Virtudes humanas no trabalho

 

Para trabalhar bem é necessário exercitar as virtudes humanas informadas pela caridade.

É toda uma trama de virtudes que se põe em jogo quando desempenhamos o nosso ofício com o propósito de santificá-lo: a fortaleza, para perseverarmos no trabalho, apesar das naturais dificuldades e sem nos deixarmos vencer nunca pelo acabrunhamento; a temperança, para nos gastarmos sem reservas e para superarmos o comodismo e o egoísmo; a justiça, para cumprirmos os nossos deveres para com Deus, para com a sociedade, para com a família, para com os colegas; a prudência, para sabermos em cada caso o que convém fazer e nos lançarmos à obra sem dilações... E tudo, insisto, por Amor34.

Todas as virtudes humanas são necessárias, porque formam um tecido em que os fios se reforçam uns aos outros. Mas há uma ordem: uns fios se põem antes que outros, como acontece na trama de um tapete.

Uma vez que a primeira condição é trabalhar – e trabalhar bem –, compreende-se que São Josemaria destaque «duas virtudes humanas – a laboriosidade e a diligência – que se confundem numa só: no empenho em tirar proveito dos talentos que cada um recebeu de Deus»35.

Como na parábola do Evangelho, o Senhor outorgou a cada um os talentos necessários para cumprir a missão de pô-lO na entranha das atividades humanas santificando a profissão. Não é lícito comportar-se como o servo mau e preguiçoso (cf. Mt 25, 26), que enterrou o talento recebido. Deus quer que façamos render, por amor dEle, os dons que nos deu. E para isso é preciso trabalhar com empenho e constância, com rigor, com qualidade humana, pondo todo o esforço necessário.

A laboriosidade e a diligência inclinam-se juntas a encarar o trabalho que se deve fazer – não qualquer outra coisa, ou apenas o que apetece –, e a realizá-lo como e quando se deve.

Quem é laborioso aproveita o tempo, que não é apenas ouro; é glória de Deus! Faz o que deve e está no que faz, não por rotina nem para ocupar as horas, mas como fruto de uma reflexão atenta e ponderada. Por isso é diligente. O uso normal desta palavra – diligente – já nos evoca a sua origem latina. Diligente vem do verbo diligo, que significa amar, apreciar, escolher alguma coisa depois de uma atenção esmerada e cuidadosa. Não é diligente quem se precipita, mas quem trabalha com amor, primorosamente36.

À laboriosidade se opõe a preguiça, vício capital e «mãe de todos os vícios»37. Uma das suas formas é a demora no cumprimento das obrigações38: adiar o que custa e dar prioridade a outras coisas que de que se gosta ou que exigem menos esforço. «Não deixes o teu trabalho para amanhã»39 aconselha São Josemaria, porque às vezes

somos demasiado comodistas, esquecemo-nos da bendita responsabilidade que pesa sobre os nossos ombros, conformamo-nos com o que basta para dar um jeito, deixamo-nos arrastar por razões sem razão para ficar com os braços cruzados, enquanto Satanás e os seus aliados não tiram férias40.

Não servimos a Deus com lealdade «quando nos podem apontar como ociosos, impontuais, frívolos, desordenados, preguiçosos, inúteis...»41.

No extremo oposto, a laboriosidade se deforma quando não se estabelecem os devidos limites para o trabalho, exigidos pelo necessário descanso ou pela atenção à família e a outras relações de que é preciso cuidar. São Josemaria nos alerta para o perigo da «profissionalite», que é como chama a esse defeito, para dar a entender que é uma inflamação patológica da atividade profissional.

A tarefa profissional é campo para o exercício de todas as virtudes humanas, imitando o exemplo dos anos de Jesus em Nazaré. A ordem e a serenidade, a alegria e o otimismo, a robustez e a constância, a lealdade, a humildade e a mansidão, a magnanimidade e as outras virtudes fazem do trabalho profissional um terreno fecundo que se enche de frutos com a chuva da graça.

Na sua pregação sobre as virtudes humanas no trabalho, São Josemaria recorre com frequência à alegoria do burrico: «Oxalá adquiras – queres alcançá-las – as virtudes do burrico!: humilde, duro para o trabalho e perseverante, teimoso!, fiel, seguríssimo no seu passo, forte e – se tiver bom dono – agradecido e obediente»42.

Em especial se fixa no trabalho do «burrico de nora»:

Bendita perseverança a do burrico de nora! – Sempre ao mesmo passo. Sempre as mesmas voltas. – Um dia e outro; todos iguais.

Sem isso, não haveria maturidade nos frutos, nem louçania no horto, nem teria aromas o jardim.

Leva este pensamento à tua vida interior43.

O exemplo lhe serve para elogiar a perseverança no trabalho e no cumprimento dos deveres, para louvar o vigor e, especialmente, a humildade de quem se sabe instrumento nas mãos de Deus e não se atribui a si mesmo os méritos das obras que realiza44.

A metáfora é de origem bíblica. São Josemaria a toma da oração do salmista, citando-a amiúde em latim: «Ut iumentum factus sum apud te...»; Como um burrico sou diante de Ti, e estarei contigo. Tomaste-me com a mão direita, conduzes-me segundo o teu desígnio e depois me acolherás na tua glória (Sal 72 [73], 22-24).

Contempla também a figura do burrico escolhido pelo Senhor para a sua entrada triunfal em Jerusalém (cf. Mc 11, 2-7), considerando que «Jesus se contenta com um pobre animal por trono»45: «um burrico foi seu trono em Jerusalém»46. Com isso, comenta o Bem-aventurado Álvaro del Portillo, quer ensinar a «trabalhar com humildade e perseverança, para que também nós possamos ser trono do Senhor»47, deixando-O reinar no próprio coração e pô-lO assim no cume das atividades humanas, não obstante as nossas misérias pessoais48.

Sem a luta para praticar diariamente as virtudes humanas no trabalho seria fácil acabar como aqueles que se consideram cristãos «praticantes» porque assistem a atos de culto e recitam algumas orações, mas deixam que a sua vida profissional discorra, mais ou menos descaradamente, à margem da moral cristã, com faltas de justiça, de veracidade, de honradez...

O trabalho de quem age assim não é agradável a Deus, e não pode se dizer que esteja bem feito, nem santificado, ainda que obtenha resultados brilhantes aos olhos humanos e seja notório por sua perfeição técnica em alguns aspectos. São Josemaria ensinou sempre a pôr em prática a fé – a encarná-la! – no trabalho profissional, com unidade de vida. O que se consegue mediante as virtudes humanas informadas pela caridade.

Sem a caridade, o esforço humano não basta para santificar o trabalho, porque a caridade é a essência da santidade. Um cristão muito eficaz, mas sem caridade, não santifica o seu trabalho. Na realidade, nem se pode dizer que trabalha bem, porque a caridade está no interior das virtudes, que sem ela, cedo ou tarde, desmancham-se em injustiças, em soberba, em ira, em inveja...

O amor a Deus não é um sentimento inoperante. É o ato da virtude teologal da caridade que, junto com a fé e a esperança, deve governar a realidade concreta da vida de um filho de Deus mediante o exercício das virtudes humanas. Só assim podemos nos identificar com Cristo, perfeito Deus e perfeito homem.

 

Coisas pequenas

 

As virtudes cristãs se manifestam e se desenvolvem na atividade profissional, normalmente, através das coisas pequenas. A própria laboriosidade, de algum modo condição das outras virtudes no trabalho, não consiste só em trabalhar muito, porque não podemos esquecer que «à força de descuidar detalhes, podem tornar-se compatíveis trabalhar sem descanso e viver como um perfeito comodista»49.

Essa virtude pode perder seu genuíno valor se descuidamos a luta em detalhes de ordem pelos quais talvez não sintamos inclinação, ou na pontualidade ao começar e terminar o trabalho, ou se postergamos a atenção à família, ou se abandonamos as iniciativas apostólicas com a desculpa de que o trabalho absorve quase todas as energias. O cuidado das coisas pequenas por amor a Deus nos protege desse perigo porque assegura a retidão de intenção, já que muitos detalhes brilham somente diante de Deus. «A santidade não consiste em fazer coisas cada dia mais difíceis, mas sim em fazê-las cada dia com mais amor»50.

Outra coisa distinta é o «perfeccionismo», o defeito de buscar como fim a perfeição pela perfeição no resultado exterior do trabalho. Esse defeito encerra uma deformação das virtudes humanas: revela uma perda da visão de conjunto e do senso da prudência, que dita que às vezes o ótimo é inimigo do bom – porque querer o ótimo a todo custo pode levar a descuidar outras exigências do trabalho bem feito, como acabá-lo no prazo oportuno. O perfeccionismo é um sucedâneo da perfeição, que revela amor próprio e complacência vã, e é preciso combatê-lo com o realismo da humildade cristã que sabe reconhecer as próprias limitações e confiar em Deus.

Ele criou tudo por amor, e suas obras são perfeitas: Dei perfecta sunt opera (Deut 32, 4 [Vg]). Nosso trabalho é uma «participação na obra criadora»51, e tem de ser também perfeito, no que depende de nossas forças, com a graça de Deus.

O cuidado das coisas pequenas caracteriza o modo divino de trabalhar de um filho de Deus, porque manifesta a perfeição do amor. E é fundamental para chegarmos a ser contemplativos no trabalho, porque assim como Deus criou e viu que era bom o que havia feito (cf. Gen 1, 10 e segs.) – contemplou o reflexo de seu Amor e Verdade nas criaturas – analogamente, com a infinita distância que comporta aqui a analogia, nosso trabalho será bom e meio de contemplação se for uma tarefa não só acabada até os mínimos detalhes, mas sim levada a cabo com retidão moral. Assim o trabalho será oração. Oração contemplativa, pois um trabalho realizado com perfeição, pondo amor nas coisas pequenas, permite descobrir «esse algo divino que se encerra nos detalhes»52. Por isso, concluía São Josemaria:

Quando um cristão desempenha com amor a mais intranscendente das ações diárias, está desempenhando algo de onde transborda a transcendência de Deus53.

 

Aprender a trabalhar bem

 

O panorama assombroso que se abre ante os nossos olhos tem de ser transformado em fatos: «Não basta querer fazer o bem; é preciso saber fazê-lo»54. Servir a Deus e aos demais com nosso trabalho requer preparação, competência não apenas técnica, mas também moral, humana e cristã.

«Para servir, servir», repetia São Josemaria com a finalidade de recordar que não basta a «boa vontade» para ser um bom médico ou uma boa dona de casa, mas que também são necessários conhecimento e virtude.

Não acredito na retidão de intenção de quem não se esforça por alcançar a competência necessária para cumprir bem as tarefas que lhe são confiadas55.

A «formação profissional» para santificar o trabalho não consiste apenas em conhecimentos teóricos prévios. É preciso muito mais, como já se disse antes: as virtudes humanas informadas pela caridade são imprescindíveis. Sobretudo por isso, a formação profissional dura a vida inteira, e melhora dia a dia através do empenho para crescer nas virtudes cristãs.

Não basta desejar possuir virtudes: é preciso aprender a praticá-las. Discite benefacere (Is 1, 17), aprendei a fazer o bem. Temos de nos exercitar habitualmente nos atos de virtude – atos de sinceridade, de equanimidade, de serenidade, de paciência –, porque obras é que são amores, e não se pode amar a Deus só de palavra, mas com obras e de verdade (1 Jo 3, 18)56.

Um meio excelente para essa formação é a direção espiritual pessoal. Quem souber abrir a alma de par em par na direção espiritual poderá receber conselhos certeiros – às vezes indicações sobre deveres morais ou de consciência –, porque o Espírito Santo dá a sua luz e a sua graça através desse meio de santificação. Também é necessário estar disposto a receber a formação no próprio lugar de trabalho, sabendo aproveitar as observações de quem nos rodeia. É preciso humildade e simplicidade para admitir as próprias limitações e se deixar ajudar, evitando a autossuficiência, a presunção e a vaidade.

 

Entusiasmo profissional

 

Uma disposição interior muito conveniente para santificar o trabalho é o entusiasmo profissional. Mas é importante ter uma ideia exata, elevada, do que deve ser esse entusiasmo num cristão para não o reduzir a uma simples inclinação natural ou a um sentimento.

A rigor, o entusiasmo profissional é o anelo de servir a Deus e aos demais com nosso trabalho, o desejo de contribuir com a própria atividade profissional ao progresso humano, orientando-o com sentido cristão, e de assim impregnar a sociedade com o espírito de Cristo. Essa é a medula do entusiasmo profissional de um filho de Deus, que desperta o interesse humano pela tarefa que se realiza e o alimenta desde a raiz com uma seiva de esperança sobrenatural que mantém vivo o empenho «de converter a prosa diária em decassílabos, em verso heroico»57.

As atividades mais ordinárias não são já um monótono suceder-se de ações que se repetem, como não o foram a vida de Jesus, Maria e José em Nazaré. Descobrimos uma nova dimensão em nossas tarefas, e gozamos da presença de Deus que as aprova, acolhendo a oferenda do trabalho bem feito.

Para um filho de Deus, o entusiasmo profissional não é um gosto ou capricho. É a vontade forte de realizar o trabalho que Deus quiser para santificá-lo e dar fruto. Por isso há uma vocação profissional, que é parte importante da vocação divina à santidade e ao apostolado. A vocação profissional se descobre não só pelas inclinações e aptidões – que certamente contam –, mas também pelas circunstâncias nas quais cada um se encontra por Providência divina, e concretamente pelos deveres a cumprir e pelos serviços que de fato se pode prestar.

Todo esse conjunto de fatores configura a vocação profissional. Chama-se «vocação» porque efetivamente representa um chamado de Deus a que escolhamos, de acordo com as circunstâncias pessoais, a atividade profissional mais conveniente como matéria de santificação e apostolado.

Assim se vê quão longe do entusiasmo profissional se encontra a patologia, já mencionada antes, que se costuma chamar de «profissionalite». O entusiasmo profissional é o amor ao trabalho como meio de santificação e apostolado; a profissionalite, ao contrário, é a escravidão a um ídolo que foi posto como fim. E pode acontecer sem que tenha havido intenção expressa, quando não se põe o cuidado em retificar a intenção e se age, na prática, com metas somente terrenas, pondo no triunfo a própria complacência.

São Josemaria adverte sobre este perigo:

Coloca os afazeres profissionais no seu lugar: constituem exclusivamente meios para chegar ao fim; nunca se podem tomar, nem de longe, como o fundamental. Quantas «profissionalites» impedem a união com Deus!58

Aprender a trabalhar bem exige aprender a pôr o trabalho no seu lugar: um lugar importante, de eixo da santificação da vida ordinária. Mas o eixo não é tudo.

Os bons profissionais são conhecidos pelo seu ofício. Todos conheciam São José como o artesão, e a Jesus como o filho do artesão, fabri filius (cf. Mt 13, 55) e artesão Ele mesmo (cf. Mc 6, 3). Não nos ficou o resultado do seu trabalho, nenhum dos utensílios que fabricaram com a qualidade e perfeição que permitiriam as ferramentas da época, trabalhando com esforço, ordem, alegria..., enquanto Santa Maria se ocupava com o mesmo espírito das tarefas do lar. Chegou-nos em troca o amor redentor de Jesus nessa tarefa, e o de Maria e José unidos a esse amor com um só coração. Eis a essência da santificação do trabalho.

 

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