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Fogo e água

“Kamiano! Kamiano! Venha rápido!"

Alarmado, padre Damien - agora acostumado a ouvir a versão havaiana de seu nome, Kamiano - levantou-se de um salto. O que seu povo mais temia e temia havia acontecido! Por dias, leves tremores sacudiram a terra. Eles foram os primeiros sinais de uma erupção vulcânica iminente. E hoje chegou: a terra se abriu e rios de lava ardente começaram a fluir pelas aldeias, enterrando tudo em seus caminhos. Fumaça e cinzas enchiam o ar.

O terremoto causou enormes tsunamis que varreram aldeias inteiras no distrito de Kohala. Padre Damien e muitos dos aldeões conseguiram fugir para a segurança em outra aldeia. Mas o que eles encontrariam em seu retorno?

“Kamiano, já faz dias… Meu marido estava perto da praia quando o primeiro maremoto atingiu nossa aldeia. Eu não o vi desde então. Ele pode estar ferido. O que eu vou fazer?" uma mãe assustada perguntou. Uma criança de três ou quatro anos agarrava-se a ela.

"Assim que for seguro, começaremos a procurar sobreviventes", respondeu o padre Damien, tentando parecer mais esperançoso do que se sentia. Ele tinha ouvido relatos de que o pior já havia passado. Eles logo poderiam ir para casa.

Quando o perigo diminuiu, padre Damien e seus paroquianos retornaram à área devastada, levando suprimentos para cuidar dos feridos. Quase cem pessoas morreram no desastre. Damien examinou a destruição em silêncio: durante os últimos seis anos, ele liderou a comunidade na construção de igrejas, escolas e casas que foram destruídas. E agora tudo, fruto de seu trabalho e paciência, havia sido reduzido a cinzas.

Respirando fundo, Padre Damien reuniu coragem: “Vamos começar de novo, juntos!” ele encorajou seu povo.

E eles começaram de novo. Capelas, escolas e casas se ergueram novamente.

“As pessoas ficam maravilhadas”, comentou o bispo a um colega padre, “ao ver o padre Damien descendo das montanhas carregando toras pesadas para a construção”. Mas esse tipo de trabalho duro veio naturalmente para Damien. Sua experiência na fazenda da família em Tremelo estava finalmente sendo útil! E foi isso que fez as pessoas amarem esse bom jovem padre. Ele se fez um deles. Ele não tinha medo de sujar as mãos e nunca estava ocupado demais para atendê-los.

Dois anos após a erupção, tudo foi reconstruído. Restaram poucos vestígios da devastação do vulcão. Muito satisfeito, padre Damien escreveu ao padre Pamphile, que estava de volta à Bélgica: “Este ano acho que poderei passar mais tempo ajudando os doentes da minha paróquia, e talvez até estudando, se o Senhor não me mandar para outro lugar. .” Quer Damien suspeitasse ou não, o Senhor estava se preparando para mandá-lo para outro lugar. E sendo o tipo de homem que era, Padre Damien estava pronto para o desafio!

Na vizinha ilha de Maui (pronuncia-se MAU-wee ), um colega missionário, padre Leonor, havia acabado de construir uma nova igreja. O bispo Maigret, fazendo planos para abençoá-lo, convidou todos os padres da região que estavam disponíveis.

Padre Damien sentiu-se seguro em deixar sua paróquia por um tempo. As capelas foram construídas. Ele até tinha catequistas e líderes de oração que podiam continuar enquanto ele estava fora.

Quando o navio se afastou do Havaí, o padre Damien confessou mais tarde: “Em meu coração, senti que nunca mais voltaria e nunca mais veria meus amados paroquianos ou as belas capelas que construí. Meus olhos se encheram de lágrimas ao deixar este lugar que aprendi a amar nos oito anos em que morei lá.”

Um novo capítulo estava começando na vida do padre Damien - para o qual nada poderia prepará-lo!