Uma petição à Rainha

John Southworth teve mais sorte. Em 1637, ele escreveu uma petição de próprio punho, cuja cópia ainda temos, diretamente à rainha para ser libertada de seu confinamento na prisão Gatehouse. Esta petição foi concedida, para grande aborrecimento do partido puritano, cujos membros se viram "gravemente censurados na Star Chamber, e barbaramente postos no pelourinho, privados de seus ouvidos, estigmatizados". No entanto, pelos registros, John Southworth esteve na prisão durante a maior parte do período de 1627 a 1640, com dois ou três breves intervalos de liberdade. Pode ter havido cerca de 200 padres trabalhando em ou perto de Londres naquela época; alguns de seus nomes aparecem uma ou duas vezes sem nenhum detalhe para distinguir um do outro. Mas o nome de John Southworth aparece o maior número de vezes. Sem dúvida, é por isso que ele foi descrito pelos perseguidores como um 'grande sedutor'. Essa parece ter sido sua reputação.

Significa que seu sucesso em converter e persuadir os católicos a perseverar em sua fé foi tão notável que as autoridades ficaram alarmadas com suas atividades. Os subornos aos carcereiros o ajudaram, mas sua vida foi poupada pela influência da rainha e pela relutância do rei em permitir que a lei contra os padres fosse cumprida ao máximo. Sir Francis Windebank, secretário de Estado, era um bom amigo dos católicos. Em julho de 1640, ele assinou um mandado para que John Southworth fosse posto em liberdade. Ele acreditava que a brecha entre Roma e a Inglaterra seria reparada se puritanos e jesuítas pudessem ser retirados do caminho! Ele foi denunciado no Long Parliament por ter interrompido o processo contra 74 recusantes e por ter libertado até 64 padres em um ano.

Mas então, em dezembro de 1640, há um registro de John Southworth como sendo transferido da Prisão Clink para a Prisão Gatehouse. Mas este é o último registro oficial que temos de 1640 até sua prisão em 1654. Portanto, desde a ascensão de Carlos I ao trono em 1625 até 1640, houve apenas um padre e um leigo executados por sua religião. Mas em 1640 o Puritan Long Parliament se reuniu e renovou a perseguição. Houve uma Proclamação Real para banir jesuítas, padres e seminaristas sob pena de morte. De 1640 até o final do reinado de Carlos em 1649, houve um total de 20 execuções de padres e leigos.