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Seguir quem está perdido
Aquelas mãos obedientemente erguidas para saudar Hitler, aqueles milhões de ouvidos e olhos que, num ritual burlesco, se aguçavam para ouvir o líder que chegava a discursar sete horas, me fazem pensar.
Os que ouviam Lênin, Stalin, Mao Tsé-Tung, Fidel Castro e outros líderes cheios de promessas de uma nova ordem; os religiosos que se entregam a rituais de duas a três horas com mãos erguidas ou mãos ao peito, obedientes a cada comando de seu líder, também ele cheio de promessas do céu... Todos eles têm algo em comum: precisam de um líder que lhes diga para onde marchar e que rumo seguir.
Como acham que seus líderes acharam, param de procurar e aceitam o comando deles. Jesus alerta para esse tipo de servidão espiritual, política e moral ao dizer que não acreditem nem sigam quem diz que sabe das coisas (cf. Mt 24,24-26). E chama os fariseus de cegos que guiam cegos, em marcha que acaba em precipício (cf. Mt 15,14). Noutra ocasião disse aos seus ouvintes que fizessem o que os fariseus propunham, mas não os imitassem, porque não viviam o que pregavam (cf. Mt 23,3). Cobravam o dízimo até sobre a hortelã e os temperos, mas não tinham a menor consideração com a justiça e a compaixão (cf. Mt 23,23).
É este Jesus que devemos seguir. Ele não propõe rebeldia e desobediência. Paga impostos, aceita as lideranças, manda os leprosos se apresentarem no Templo, vai a festas litúrgicas, aceita a autoridade do sumo sacerdote, fala com respeito mas com determinação ao governador romano, mas, quando vê injustiça e abuso de poder, reage.
Tentemos entender este Jesus questionador que, porém, não fugia dos deveres de cidadão e de judeu. Por não entenderem isso, muitos católicos foram embora da nossa Igreja. Na outra, continuam sem poder discordar dos líderes...
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