Santidade

É preciso entender a palavra “santo” como está no Antigo Testamento e, depois, como está no Novo Testamento. Em muitos livros do AT, a palavra “santo”, kadosh, significava “poderoso, inacessível, acima de qualquer imaginação”. Era muito mais no sentido de forte e inatingível. Já no NT, a palavra “santo” passou a significar puro, sem pecado, sem mancha.

Dá para entender o sentido da frase do Salmo “Nosso Deus é santo”, quando percebemos a mitologia greco-romana e as crenças que cercavam o povo hebreu. Cercado de povos politeístas, ele conhecia os deuses que pecavam e que cometiam crimes; por exemplo, os deuses dos gregos eram pecadores, traíam suas esposas, tinham filhos ilegítimos, mandavam matar seus filhos, comiam seus filhos, tinham um poder enorme, mas quase nenhuma santidade. Já para os hebreus e para os cristãos, Deus é Único e Poderoso e é Santo, não peca, não é capaz de odiar, não se vinga, não destrói e, quando pune, pune com amor.

A ideia de um Deus que perdoa foi ficando cada dia mais pura até que culmina em Jesus, que aponta para o Pai, educador e perdoador. Um filho de Deus pode também ser santo, se for caridoso, puro de sentimentos e atitudes, perdoador e educador. Desta maneira estará vivendo a santidade. Por isso, nós, católicos, cultivamos o amor pelos santos a partir do conceito de que eles aceitaram a presença de Deus nas suas vidas, aceitaram a Jesus que é santo, e tentaram ser perfeitos como Deus é perfeito.

Decorre daí o nosso respeito, o nosso carinho e a nossa devoção aos santos. Quem combate nosso carinho com os santos talvez não esteja entendendo o significado para nós de admirar, exaltar e venerar não só ao Deus santo, mas também as pessoas que ele santificou.