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O alfa e o ômega da paz
No princípio Deus criou o céu e a terra.
A terra era vazia e sem formas definidas.
Mas a paz de Deus pairava sobre a terra.
Deus disse: “Haja luz!” e a luz aconteceu.
Depois Deus dispôs a rotatoriedade da terra.
Então aconteceu o dia e a noite.
E a paz de Deus estava no dia e na noite.
No segundo dia, que durou bilhões de anos,
Deus decidiu que houvesse água
na terra, sobre a terra e dentro da terra.
E nasceram os oceanos, os vapores,
as nuvens com suas chuvas.
Deus agia nessas águas.
No terceiro dia Deus fez emergir a terra firme.
Cercada de águas, ela se enchia de lagos,
mares, rios subterrâneos e fontes.
Logo vieram as ervas, as árvores, o verde.
A chuva que caía encontrava rios e lagos,
a água empapava a terra, e a terra molhada
fazia crescer o mundo vegetal.
Deus agia nessa forma de vida.
No quarto imenso dia, as nuvens mostraram o céu.
A luz forte do sol modificou a terra.
Os gases ficaram menos densos.
Já se podia ver que a terra fazia parte de algo maior.
Luzeiros, bolas de fogo brilhavam lá longe.
Era a terra entrando no concerto da criação
com outros bilhões de corpos siderais.
A paz de Deus agia na terra que se abria ao cosmos.
No quinto imenso dia apareceram as vidas animais.
Ficou definido que viveriam dos alimentos da terra
e dos alimentos das águas.
Foi um fervilhar de seres vivos dentro das águas
dentro da terra, em cima da terra, no mar e no ar.
Gigantescos ou minúsculos e até imperceptíveis.
Insetos, vermes, aves, peixes, crustáceos, cetáceos.
Mas era da água que dependiam.
Deus agia nessas bilhões de formas de vidas.
No sexto imenso dia ficou mais definido
o ciclo das águas, o ciclo das vidas.
Todas se interdependeriam.
Deus agia no concerto da vida que se adaptava.
No sétimo dia Deus decidiu:
“Criarei um ser terreno, do humo, humano.
Fá-lo-ei o mais próximo de mim porque ele pensará.
Será um pequeno criador. Terá a chance de escolher.
Será ele mesmo pessoa, poderá interferir na terra”.
E amou esta criatura diferente das demais.
A paz de Deus estava com estes primeiros humanos.
Um dia os humanos escolheram a si mesmos,
descobriam a propriedade e, com ela,
a cerca, o porrete, a lança, a corda e os grilhões.
E alguém cercou um pedaço de terra e declarou só seu.
Aprisionou os primeiros animais e os declarou só seus.
Aprisionou o riacho, cercou a fonte e declarou-se dono deles.
E aprisionou e matou quem invadiu o que era só dele.
E quando quis ter mais,
invadiu a terra do outro e a anexou.
Dali por diante administrar virou sinônimo de apossar-se.
Daquele dia em diante
a paz ficou cada dia mais impossível.
Deus continua criando e dando sua paz.
Mas os portões, as armas,
as cercas e os muros adiam a sua chegada...
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