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    • Juventude: crises, cruzes e luzes – José Fernandes de Oliveira
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Mais santos do que eu

Posso pensar em milhões de pessoas, bilhões talvez, que amam a Deus mais do que eu e que com ele mantêm um diálogo filial, sereno e permanente. Chegaram aonde eu não cheguei. Conseguiram entender a Criação e sentem-se parte dela. Relacionam-se com o Criador com a docilidade ou com as interrogações de alguém que lhe deve cada minuto do seu existir.

Não há distância entre elas e o Criador porque, por mais infinito que Deus seja, para elas está mais do que claro que moram em Deus. Não é Deus lá e elas cá... É elas em Deus. Há um colo infinito no qual repousam e, mesmo não sabendo medir a extensão desse colo, é nele que repousam. Amam aquele que as criou e contam-lhe tudo o que sentem.

Carmelitas, clarissas, trapistas, monges contemplativos e santos de todas as religiões, homens e mulheres que devolveram a vida a Deus, mergulham fundo no diálogo com aquele que é quem é. Por isso conseguem ser quem deveriam ser com mais presteza e eficácia do que alguém como eu, que ainda não cheguei a esse grau de intimidade com ele.

Eu deveria dizer isto coberto de vergonha, porque tive todas as chances e até mais chance do que eles tiveram. Vergonha de não ser santo, de ainda pecar, de ainda ferir os outros, de ainda sofrer mágoas e invejas, ainda competir, ainda deixar-me dominar por fraquezas que eles já superaram. Mas nem essa vergonha eu tenho, porque sentir vergonha do pecado já é um sinal de santidade e encontro com Deus.

Contemplo esses contempladores e confesso que tenho uma santa inveja de todos eles. Oram, amam, sofrem, pensam, ajudam, silenciam e entendem a vida muito mais do que eu.

Tenho pedido ao Senhor que me toque do seu jeito. Quem sabe, um dia, acordarei como muitos deles um dia acordaram, dizendo a si mesmos e a Deus: “Entendi! O que me restar de vida neste mundo quero viver para fazer os outros felizes e para cumprir o teu projeto a meu respeito”.

É meu desejo mais sincero, e Deus sabe disso. Quero, um dia, ser contado entre os convertidos. Errarei muito menos e farei maior bem. Enquanto isso não acontece, vou pedindo ao Senhor que me converta. No meu coração existe a certeza de que, um dia, acordarei com fome de ser dele. Nesse dia, ainda que tardiamente, começarei a ser santo de verdade. Agora, infelizmente, não passo de caricatura. Não sou quem Deus queria que eu fosse. Não sou quem Deus quer que eu seja!

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