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Entre o louvor e a paz
Se é verdade que o louvor a Deus é a atitude mais importante de uma vida, também é verdade que a busca da paz entre as pessoas é mais urgente. O louvor pode esperar, mas a reconciliação é para hoje, agora, já. A Bíblia que eu li e leio me diz que se há um tsunami em algum lugar do mundo, com milhares de mortes e milhares com fome, e se houver uma gôndola no supermercado recolhendo agasalhos e roupas, não basta eu orar por aqueles pobrezinhos da Índia e da Indonésia. Tenho que ir ao meu armário e ajuntar o que puder dar para eles e passar naquela gôndola, deixando lá a minha oferta.
Dar dinheiro para uma nova torre de rádio e de televisão lá longe e ignorar as duas creches e a casa do ancião no próprio bairro é escolher errado. Não é mais importante, mas cuidar dos que Jesus quer vivos, com comida, remédio e agasalho, às vezes pode ser mais urgente do que anunciar Jesus. Muita gente não entende isso porque escolheu o acidental e não o essencial; optou pelo tangencial e não pelo transversal; deu mais importância ao gosto do tempero do que à substancialidade da sopa. Não admira que centenas de pregadores andem servindo a sopa rala da fé, com tempero forte de cantos de louvor e fervores, a um povo que precisa de mais conteúdo e mais doutrina e mais fraternidade.
É como se alguém fosse ao médico católico e este, piedoso, ao invés de receitar boa alimentação, cirurgia ou remédios, dissesse ao paciente: “Vá em paz, cante os cantos deste CD e louve a Deus, que ele o curará!”. Nem ele, o médico, nem o padre, nem o pastor podem dar esta solução para as cruzes do povo.
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