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    • Juventude: crises, cruzes e luzes – José Fernandes de Oliveira
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Jesus e meu laptop

Tento ler os Evangelhos à luz de ontem e de hoje. Aprendi isso nos meus estudos e nas minhas leituras. Felizmente levei a sério meu professor, Padre Golé, que, nos Estados Unidos, nos anos 1963-1967, me dizia: “Leia, porque seus professores, por mais sábios que sejam, nunca lhe darão o que milhares de professores podem dar com os seus livros. Não pare nunca de se atualizar”. Foi o que fiz; e o faço bem menos do que colegas meus, que estão sempre em dia com suas leituras.

Pois são estas leituras que me levam a fazer ilações e estabelecer comparações e conexões. E isto me leva à pergunta sobre se Jesus, hoje, usaria um computador. Penso que sim, e imagino que o usaria com critério. Paulo também. Cito um texto a Jesus atribuído, para que o leitor perceba como ele era e permanece atual. Falou de armazenar e ter de onde tirar a sabedoria armazenada. Vamos ao texto:

“Entendestes todas estas coisas?” Disseram que sim. E ele acrescentou: “Por isso, todo o escriba instruído acerca do Reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas” (Mt 13,52).

O que faz o usuário de um computador? Vai, pesquisa, escreve, anota e guarda o tesouro do conhecimento em pastas que ele criou. Caso não guarde, sabe onde consultar na internet. Lá estão coisas novas e velhas. Sabe o que buscar, o que e quando usar. Portanto, além da sabedoria de armazenar em pastas adequadas e saber de onde tirar, ele sabe o que fazer com a cultura armazenada nos mais diversos provedores da internet.

E isso responde à pergunta sobre se Jesus ou Paulo hoje navegariam na internet. O princípio é o da sabedoria. Sei onde há o tesouro do conhecimento e o puxo para minha pasta. Mas todo teclado tem uma tecla “delete”. Sei o que fazer com informação que não pedi e com mensagens que não quero guardar em minhas pastas. Vai para a lixeira e preferivelmente eu o elimino do HD.

Jesus e Paulo também tocam no assunto, ao propor que assimilemos o que é bom e eliminemos o que é mau.

O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más (Mt 12,35). O candelabro do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho puro, também todo o teu corpo será luminoso; mas, se for mau, também o teu corpo será tenebroso (Lc 11,34).

Os instrumentos que temos em casa colocam-nos em contato com o mundo e armazenam o bem e o mal. Naquele tempo não era proibido buscar informação ou ter recipientes em casa, mas esperava-se do cristão que soubesse escolher entre o que guardar e o que jogar fora. Outra coisa não se espera do cristão de hoje.

A palavra é critério. Pode-se fugir de tudo isso e pode-se selecionar, importar, copiar, colar, enviar, deletar. Talvez a melhor catequese para os dias de hoje seja a do discernimento. Milhões de cristãos perderam essa capacidade. Aderem por impulso ou encantamento às promessas de sucesso e solução de seus problemas. Parece escolha, mas não é.

Apertemos a tecla certa, porque um “enter” ou um “delete” errado já complicaram muito conteúdo!...

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