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Canção de paz inquieta
Quando o lobo e o cordeiro beberem juntos,
sem o lobo devorar o cordeiro
e sem o cordeiro precisar temer o lobo;
quando judeus e palestinos beberem da mesma taça;
quando católicos e evangélicos partirem juntos o pão do céu
e distribuírem juntos o pão dos pobres;
quando entre todos os cristãos a palavra política
não soar como palavrão e sim como meio para mudar um povo;
quando as esquerdas e as direitas do mundo se encontrarem
para umas aprenderem com os acertos e os erros das outras;
quando ninguém achar que sabe tudo sobre Deus
ou tudo sobre economia e política;
quando ninguém mais passar fome, ninguém for torturado,
e os bandidos forem derrotados pela lei e pela ordem;
quando os meios de comunicação não mais ensinarem violência;
quando o corpo e o sexo forem coisa de respeito
e a sacanagem não tiver mais lugar na televisão e nas revistas;
quando o salário mínimo der para comer, morar, estudar e se vestir;
quando as religiões não mais se agredirem e tiverem aprendido
a orar juntas e a buscar juntas as soluções para a dor humana;
quando ninguém mais puxar tapete de ninguém,
ninguém pisar em ninguém;
quando os aparecidos aparecerem menos
e os desaparecidos começarem a aparecer um pouco mais;
quando os ricos forem menos ricos e os pobres menos pobres;
naquele dia eu cantarei canções de louvor 24 horas por dia.
Agora não dá.
A dor é demais para um cristão só cantar louvores.
Respeito quem acha que isso é possível e até recomendável.
Mas acho que quem não canta a justiça e a paz como convém
também não canta direito nem o aleluia nem o amém.
Um não existe sem o outro!
Sou da Igreja que elogia, mas que também denuncia!
Sou da Igreja que canta o Cristo Senhor e salvador pessoal,
mas que não deixa de cantar também
o Cristo que muda os povos.
O tempo dirá se estou errado ou certo!
Agora, eu já sei o que diz a Bíblia!
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