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Os sôfregos e os serenos
Observava eu, num restaurante em São Paulo, cerca de cem pessoas em atitude de alimentar-se. Senhoras, moças, senhores e até meninas, de maneira serena levavam a colher, o garfo ou o pequeno pedaço à boca, mastigavam sem mostrar o alimento e suave e serenamente o engoliam. Eles realmente se alimentavam.
Havia os outros, senhoras, homens, rapazes, idosos, adolescentes que se curvavam sobre o prato, com pressa enfiavam a comida na boca escancaradamente aberta, via-se o triturar do alimento, engoliam depressa, até seguido de sôfregos goles de água.
Agiam como se não tivessem mãos. Devoravam. Entre o alimentar-se e o devorar faltou a eles a palavra e o gesto de pai e mãe. Uma das jovens senhoras dava um pouco no garfinho ou na colherinha para seu pequeno. Deixava que ele mastigasse tudo, depois calmamente oferecia mais. Na juventude e na fase adulta ele provavelmente se alimentará sem devorar seu prato.
É tudo questão de cultura e de aprendizado.
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