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Corpos feridos
Tinha um problema na perna. Jogava-a para o lado e para a frente para poder andar. Mas andava. Depois do aneurisma, descobriu um novo jeito de andar para reaprender a viver.
Passou sereno por mim naquela alegria de pessoa que venceu na vida. Venceu a dor. Pensei nos milhares de homens, mulheres e crianças que carregam no corpo um sinal de dor.
Ouvidos, olhos, diabetes, braços, mãos, pés, pernas, estômago, rins, pulmão... algo não funciona. Então eles se armam de teimosia e dominam o corpo que tenta dominá-los.
São pessoas lindas e fortes. Como velas quebradas, provam que podem emitir a mesma luz que as velas inteiras, porque sua luz não vem de fora, mas de dentro.
Não sei o que seria do mundo sem essas pessoas. Certamente seria um mundo mais fraco, mais insensível e mais triste. Aquelas pernas e aqueles olhos atingidos pela doença continuam úteis. Mostram que o ser humano é mais do que simples máquina. A pessoa que leva o corpo é maior do que o corpo que a leva!
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