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    • Juventude: crises, cruzes e luzes – José Fernandes de Oliveira
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Jovens demais para morrer

Com o título de Too Young to Die – Jovem demais para morrer, a Tectum Publishers lançou um livro sobre os famosos que morreram jovens. Se incluísse os não famosos que morreram de enfermidade, seriam milhões. Se fizessem lista especial dos jovens que morreram de acidente, de violência, ou por efeito de drogas, teríamos assustadora cifra. No mundo inteiro passa de milhões por ano. Talvez passassem da casa do bilhão.

Até inícios do século XX, a média de idade atingida pela maioria das pessoas era de 41 anos. Nos últimos sessenta anos alguns países alçaram esta média, de 45 para 73 anos. No Brasil medeia entre os 69 e 73 anos.

A doença é o mal que menos leva nossos jovens. Morre-se mais de velocidade, bebida, drogas e violência do que de disfunções e enfermidades. Triste desperdício! Queremos que eles vivam e eles não ligam para o seu depois, desde que o seu “agora-já” os satisfaça. Escolheram o vale-tudo de um momento fugaz em detrimento de um depois que poderia ser bonito!

É instintivo nos pais querer que seus filhos sobrevivam a eles. Mas vem o traficante, o chefe da gangue, a moto, o carro, a balada e a bebida e lhes levam o fruto de tantos sonhos! As estatísticas assustam. Na maioria dos casos violentos, a vítima não chega aos 25 anos. Jogam fora suas jovens vidas porque viver passa a ser menos importante do que se arriscar. E nem se trata de viver intensamente, porque é mais um morrer histérico do que um viver intenso.

Ao entrar no ritual de autodestruição, o jovem perde a perspectiva, sem a qual não há nem projeto nem esperança. Despreza os sabores da mesa para comer os restos, porque droga é resto. De iguaria não tem nada! Antes, é o que sobra de uma vida que deixou de acontecer. Buscar com intensidade e sofreguidão a porção diária de pó, a picada cotidiana ou a dose de fumaça, e não saber viver sem ela é manietar-se por dentro. Só ele, o brevis moriturus, o que apressa a própria morte, pode decidir se quer parar de namorá-la, para viver e ficar adulto.

É triste abrir os jornais e constatar que mais um jovem morreu vítima de outros jovens, mais um bando de assaltantes foi parado a balas, mais cinco jovens morreram esmagados na estrada depois de uma balada. Dois mil? Vinte mil? Quarenta mil por ano? Quantos? Os jornais nem noticiam, a não ser quando é morte coletiva. Mas os cemitérios contam histórias. E as placas não deixam dúvida. Nossos jovens estão matando ou se matando!

É um dos vírus mais letais do nosso tempo: o vírus do “agora-já”.

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