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    • Juventude: crises, cruzes e luzes – José Fernandes de Oliveira
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Coerentes como Jesus...

Quando Jesus propôs aos discípulos que o “sim” deles fosse “sim” e o “não” fosse “não”, propôs uma das virtudes mais difíceis da vida (cf. Mt 5,37). É que ela engloba muitas outras. O mero fato de alguém se apresentar como pessoa coerente para os outros, ou coerente para consigo mesma, já demonstra sua incoerência.

Coerência supõe humildade... Está longe de agir como co-herdeiro aquele que caminha junto, mas cortejando os primeiros lugares. Dentre as muitas que se supõe vividas por um cristão, três virtudes traduzem o caminhar sereno de quem optou por Jesus: adesão (ad-haerens), inserção (in-haerens), coerência (co-haerens). Herda um caminho e o assume, mergulha fundo no projeto assumido, entende que o projeto é de todos e é também seu.

Os católicos repetem a cada missa este chamado: “Por Cristo, com Cristo, em Cristo”. Por ele, com ele, nele, cujo Reino também é nosso. As orações da missa trazem implícitas a promessa de coerência. O Pai-Nosso, no “assim como nós perdoamos”, outra vez aponta para a coerência.

Coerência supõe santidade e maturidade, valores que não caem do céu nem acontecem ao estalar de dedos. São conquistas lentas. Coerente foi Pedro quando se arrependeu; incoerente foi Judas quando não aceitou o perdão de Jesus e se matou, não quis seguir como perdoado. Coerente foi Francisco de Assis quando, aos 26 anos, tendo descoberto a pérola que buscava, aderiu, inseriu-se e prosseguiu no caminho da simplicidade e da pobreza solidária. Aos 42 anos sua coerência fora suficientemente testada. Morreu aclamado como santo, e era: não se desviara mais do caminho.

Mostramos nossa incoerência quando juramos e não cumprimos, prometemos e não assumimos, quando abandonamos companheiros, familiares e igrejas ou grupos, se ir embora se nos afigura mais vantajoso; quando escolhemos a nós mesmos e o nosso projeto porque o outro ficou difícil; quando não levamos em consideração o sentimento dos outros; quando insistimos que tem que ser somente do nosso jeito; quando fugimos da dificuldade; quando erramos, mas damos um jeito de pôr a culpa nos outros; quando achamos sempre uma desculpa para nossos desvios e nos mostramos inclementes contra os erros dos outros; quando escondemos a enorme farpa no nosso olho e achamos horrível o cisco no olho alheio...

O leitor que me segue experimente ler o Novo Testamento sob esta ótica do “disse e fez, prometeu e cumpriu, jurou e não voltou atrás”. Verá por que razão Jesus desafiou os seus acusadores a mostrar qualquer incoerência nele (cf. Jo 8,46). Coerência é pilar de santidade! Costuma doer, mas cria solidez!

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