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    • Juventude: crises, cruzes e luzes – José Fernandes de Oliveira
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TV, livros e jornais

Passei por um empório de livros. Fui buscar a mais recente obra de Karen Armstrong, Em nome de Deus, sobre o fundamentalismo nas grandes religiões do mundo. Acabei ficando cinco horas. Disse-me um dos gerentes que o empório possui mais de quatro mil títulos em oferta. É mais do que um supermercado oferece aos clientes. Vale dizer que o cardápio das estantes é bem mais variado que o das mesas. Melhor assim. Pena que haja pessoas que comem demais à mesa e deixam o intelecto subnutrido.

Se há tanta gente querendo se comunicar através de livros e tantas editoras querendo vendê-los, deve ser porque os escritores acham que têm algo de novo ou de relevante a dizer sobre determinados temas. As editoras, por seu turno, entendem que a obra será procurada. Romances, aventuras, mistério, história, ciências, religiões, autoajuda, sexo, família, sociologia, direito, filosofia, infantil, juvenil, política, literatura mundial, literatura brasileira... Passear pelos quatro mil títulos é impossível. Se alguém quisesse ler apenas os de sociologia da religião, que tem sido minha pesquisa nos últimos meses, não teria cabeça nem tempo para todos. Há livros que eu jamais compraria porque não entendo. Stephen Hawking é demais para mim. Mas deve ser iguaria de primeira para os consumidores de física quântica. Há filósofos e teólogos profundos demais para a minha cabeça. Leio alguns livros difíceis para forçar minha cabeça. Mas passeio com mais gosto por livros que me ajudam a repensar os fatos e as instituições do passado e de hoje. Nós, católicos, andamos tão agredidos na mídia atual que vale a pena ir lá aonde eles têm ido para ver de onde tiraram suas conclusões tão duras contra nós. Também leio livros sobre jornalismo, só para não ficar devendo. Pregadores e jornalistas são duas categorias de comunicadores que acham que viram alguma coisa e cada um conta a verdade do seu jeito. Nenhum dos dois consegue narrar os fatos como eles aconteceram... Em geral dependem de quem disse que viu!

Uma simples visita a uma grande livraria é um exercício de humildade. Tudo aquilo ensinando alguma verdade e eu que não consigo ler mais do que cinquenta livros por ano! E olhem que sou um privilegiado! Gosto de ler livros, como outros gostam de ver televisão ou ouvir rádio. Entre um reality show e dez livros, eu leio dez livros. São bem mais profundos! Livros me desafiam mais do que músicas e vídeos. Também escrevo livros para pessoas mais simples, mas não chegaria a elas se não lesse livros mais densos. Penso que dá mais certo um país onde o povo lê mais e escolhe os temas que quer, sem depender dos cortes do editor de rádio ou televisão. Livros oferecem mais do que aqueles dois minutos que o editor achou que poderiam ser ouvidos ou vistos. Tenho para mim que leitor de livros é mais independente do que ouvinte de rádio ou o espectador de televisão. Ele faz os cortes, se cortar for necessário. No livro, ele rabisca. Na televisão nem sempre há tempo de rabiscar. Quando o tema é bom, mandam-nos esperar, porque o patrocinador quer nos vender suas ideias e seu produto!

Nada contra jornalistas e editores! São ótimos e são necessários, por mais que deles discordemos. O que é preciso é aumentar no povo o gosto pela leitura. Faz bem aquele canal de televisão que, às vezes, manda o telespectador desligá-lo e ir ler algum livro! Não deixa de ser um ato de humildade. Nem os livros, nem a televisão, nem o rádio, nem os púlpitos nos preenchem. O ideal é dosar de tal maneira que haja na nossa cabeça um lugar para todos. Eles têm o que nos dizer. Nós também. Por isso, ligamos ou desligamos, compramos ou não compramos. A decisão é sempre nossa. Sou dos que acham que entre duas horas de televisão e de livro, melhor é dar 70% para os livros! Com raras e ótimas exceções, a televisão e o rádio pouco ensinam a pensar! E é uma pena. Poderiam alicerçar um povo!

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