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Acrescentar amigos
Há os que substituem. Para eles, amigos antigos são descartáveis. No seu lugar entram os novos e mais interessantes. Amiga rica e famosa cede lugar a outra mais influente, mais rica e mais famosa. Sabem o que fazem, mas fazem. Valem a carreira e o pragmatismo de quem deseja subir na vida. Não conseguem conservar os amigos de cinco, dez ou quinze anos atrás, porque a carreira e a busca de projeção exigem novos amigos. Quem não for junto nem acrescentar, já era! Acontece muito nos meios artísticos ou com pessoas em ascensão na sociedade. A fama, a carreira e o dinheiro já mataram muitas amizades.
E há os que não abrem mão, não substituem, nem descartam. Conservam e acrescentam amigos. São ricos de amizades porque os amigos de ontem os consideram amigos de sempre e os novos juntam-se, de bom grado, aos outros amigos no novo amigo. Dizem com alegria: “Eu também sou seu amigo. Sou uma de suas amigas”. Nesse “também” está o elogio a quem conseguiu acrescentar sem descartar. Vieram a fama e o dinheiro, mas os amigos não se foram. Nenhum foi descartado ou passado para trás. A fila cresceu colateral. Lado a lado. O amigo de todos, bem no meio.
Revela um traço falho de caráter aquele que vai substituindo amigo após amigo. Ideal seria que, mesmo depois de anos sem se verem, percebessem a mesma amizade, o mesmo acolhimento.
É verdade que alguns amigos silenciam, distanciam-se, perdem-se no emaranhado do viver e raramente se visitam. Amizades, às vezes, silenciam e se distanciam. Mas basta um reencontro para reavivar memórias e perceberem que nada mudou. “Cara, como você está bem! Quanto tempo!”, “Menina, como você está fabulosa!”, “Me perdoe, mas acho que a culpa foi minha!”, “Desta vez a gente não fica mais tanto tempo longe!”. Podem ser frases falsas ou verdadeiras. Os olhos dirão!
“Amigos para sempre” pode ser um belo poema e uma bela canção, mas tem muito de verdade. Muitos conseguem ser isso: amigos de verdade e para sempre. Haja o que houver, aquela amizade é eterna. Vida bem vivida talvez seja isso: fazer bons amigos e acrescentar amizades. Parece fácil, mas exige desprendimento e humildade. É por isso que quem pensa demais em si tem poucos amigos. Não sabe conservá-los! Talvez não os mereça!
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