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    • Juventude: crises, cruzes e luzes – José Fernandes de Oliveira
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A Jornada Mundial dos Jovens Católicos

Por alguns dias, representantes de movimentos e pastorais de jovens católicos do mundo inteiro são convidados a passar alguns momentos com o Bispo de Roma, o líder de sua Igreja na terra, em algum país do mundo. Para o ano de 2013 foi escolhido o Brasil, de mais de 130 milhões de católicos. Segundo as estatísticas já fomos mais de 94% da população e hoje somo 64%. Vale dizer que diminuímos em número e as outras religiões e os ateus cresceram. Mais uma boa razão para os jovens católicos encontrarem aqui o seu líder. Jovens de outras religiões também se encontram aqui com seus mentores e líderes. Direito deles e de suas Igrejas, direito nosso e de nossa Igreja!

É encontro com seu líder aqui da terra, porque todo jovem católico aprende desde cedo que seu Deus, o Cristo, o mestre e líder, é Jesus, mas como Jesus não é visível, é evangelizado para vê-lo nos outros, nos seus colegas, nas lideranças de sua Igreja e, de maneira especial, no Papa (do grego pappas, pai), nome carinhoso dado ao Bispo de Roma. É o respeito aos servidores de Jesus, e eles mesmos, os jovens, são chamados a servir em nome dele.

Por que a Jornada? Primeiro, para orarem juntos. Sem oração não dá. Mas depois, para pensarem juntos, porque sem pensar também não dá! Além disso, a Jornada é para se encontrarem em nome de seu povo e de sua Igreja particular, nome que se dá à Igreja Católica sediada em alguma região do mundo, que se chama de Diocese e é liderada por um colega do Papa: um Bispo local.

Tem sido assim desde os começos da Igreja. Líderes como os bispos, alguns deles mártires como Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna e Irineu de Lion e Clemente de Roma, apontavam para uma autoridade que traduzisse o pensar dos apóstolos, os mais próximos seguidores de Jesus.

A liderança de leigos como Orígenes e Tertuliano, de sacerdotes como Ário e de pregadores como Montano ameaçavam a unidade da Igreja. Teria que haver consenso. E esse consenso só poderia ser conseguido com os bispos em sínodo ou em concílio.

Com São Cipriano de Cartago, bispo que morreu mártir em 258, grande articulador, aproximador e organizador, veio a eclesiologia que conhecemos hoje: uma proposta de organização em torno da liderança dos bispos. As decisões viriam dos bispos reunidos e com a chancela do Bispo de Roma.

A Igreja Católica, abrangente, cat-holou, universal, para todos, teria que ter um líder e a voz dele seria a de toda a Igreja. Por mais pecados e defeitos que tivesse, era ele e não algum insatisfeito, um antipapa, um golpista, que decidiria o caminho da Igreja. O consenso da maioria dos bispos e mais tarde os votos dos cardeais definiriam quem seria o Bispo de Roma.

Em torno da figura do Papa, palavra grega carinhosa para o pai espiritual e o Bispo de Roma, a Igreja se desenvolveu. Já sabemos que houve graves rupturas por conta desta visão: os ortodoxos não a aceitaram, nem mais tarde o ex-monge agostiniano Martinho Lutero e alguns outros cristãos, que criaram outras Igrejas e outros enfoques e acentos para a fé cristã. O diálogo se perdeu em muitos países.

Hoje a separação perdura, um a culpar o outro. Levaremos ainda muitas décadas e talvez séculos para nos aproximarmos de novo. Para Deus nada é impossível, embora nós religiosos tenhamos enorme dificuldade de caminhar na unidade.

Os últimos seis papas – Bento XV, Pio XII, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II – e agora Bento XVI têm procurado dialogar com as outras Igrejas. Em muitos casos a aproximação tem dado bons resultados. Há respeito mútuo.

Os jovens são chamados ao grande encontro com o Papa para dialogarem e aprenderem este diálogo. Por isso a JMJ supõe mais do que a festa de ouvir, orar e cantar. Supõe a catequese da aproximação e do diálogo, e traz consigo a mensagem de abertura de coração para o Evangelho.

Fruto de uma das últimas jornadas é o YOUCAT (Catecismo dos Jovens Católicos), uma versão do CIC (Catecismo da Igreja Católica). Certamente virão novas obras destinadas a formar líderes jovens conscientes, que se engajem espiritual, social e politicamente na tarefa de tornar o mundo e seu país lugares mais justos e mais decentes de se viver.

“Conviver” tem sido a pedra de tropeço do mundo. Com cada indivíduo e cada grupo querendo impor sua maneira de ser e de ver o mundo, o resultado tem sido esta crescente agressividade e a escalada de violência entre grupos e povos.

Podem os jovens católicos fazer a diferença? Os papas acreditam, os bispos acreditam, os sacerdotes e educadores católicos acreditam. O que temos é que achar a linguagem, a presença e o desafio certo. Uma coisa é certa: de um jovem católico espera-se que, diante dos gravíssimos problemas do mundo e de seu país, não se limite a assistir às dores do seu tempo pela internet ou pela televisão, entre um saquinho de batatas fritas e uma latinha de cerveja ou de refrigerante. E espera-se mais do que os encontros de oração na missa das quartas e domingos.

É dessas coisas que os papas se ocupam quando os reúnem, em Toronto, em Madrid, em Berlim, em Sidney, no Rio de Janeiro. As palavras são: “vinde; abraçai-vos; fazei festa; pensai e repensai; dialogai; comunicai; comungai; ide; transformai”. Haverá muitas outras, mas se um jovem aprender a viver estas poucas já terá progredido na sua fé católica.

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