• Home
    • -
    • Livros
    • -
    • Juventude: crises, cruzes e luzes – José Fernandes de Oliveira
  • A+
  • A-


524255_Juventude

abertura.jpg

Jovens, católicos e políticos

Vacinado que fora por um de seus mentores, o rapaz não conseguia entender por que seu colega de movimento de repente se meteu em política. Pensou no pior, quando poderia aplaudi-lo e pensar no melhor. Poderia, por exemplo, ficar feliz por ver que um jovem evangelizado, 26 anos, noivo, cristão de oração diária e de compromisso com sua Igreja, estava procurando um lugar na câmara municipal para representar seu bairro e trazer melhorias para a zona sul da sua cidade.

Poderia correr com ele pelas casas dos católicos do bairro para pedir votos, porque a Igreja Católica teria que ser representada por pelo menos 70% dos vereadores, já que pelas estatísticas a cidade tem 70% de católicos. Outras Igrejas estão lá com 50% dos vereadores, quando elas são apenas 15% da população. A desproporção veio da falta de votos dos católicos em jovens ou adultos que os represente.

Igual perplexidade mostraram outros jovens e outras famílias quando três dos líderes das suas pastorais postularam um lugar como deputados estaduais na Assembleia Legislativa. E por que não? Não eram cidadãos e católicos? E por que não votar neles para trazer para os pobres e carentes do estado as melhorias que a Igreja Católica advoga? Hospitais, fazendas de amparo a vítimas da droga, amparo a jovens grávidas, combate ao narcotráfico, ajuda aos hospitais, creches, asilos, orfanatos, associações, tudo isso requer projetos e verbas. Por que não eles? Por que votar em outros representantes quando nossa Igreja tem profissionais qualificados para nos representar e levar lá nossas ideias que se transformem em projetos de lei?

Ter medo de política, ou desprezá-la, é como não querer que o rio poluído passe pelo meio da cidade. Por que desviá-lo se ele pode ser despoluído, canalizado, desassoreado e retificado? Quando, pois, um jovem corajoso – porque a luta política machuca! – movido pela sua fé decide que vai lá lutar por leis e por verbas para os pobres, tem mais é que receber apoio, orações e cobranças do povo católico. Ele sabe disso. É mais um que poderá limpar a política de seu município e do seu estado.

Mas é bom que ele saiba que política honesta, hoje, é martírio, vocação nobre e arriscada. Mas, se Deus o chama e ele ama seu povo e sua Igreja e entende que este será seu jeito de servir com Jesus Cristo, votemos nele e o apoiemos. Mas cobremos coerência. Não admitamos que alguém use o nome de católico para, depois de eleito, desonrar esse nome entrando em esquemas de corrupção e desvio de verba, como tem acontecido com tantos religiosos das mais diversas Igrejas que entraram para o parlamento em nome de Jesus e depois agiram como se nunca tivessem sido batizados...

Procuram-se candidatos para o matrimônio, para o sacerdócio e para a política. Procuram-se candidatos para todas as lideranças do município e do país. Alguém dos que hoje dançam, choram de fé e batem palmas para Jesus teria esta coragem? É que bater palmas é a parte mais gostosa da missão. O mais difícil é arregaçar as mangas e ir lá profetizar e dizer o que muita gente não ouve nem quer ouvir. Alguém que se habilite?

Receba a Liturgia Diária no seu WhatsApp


Deixe um Comentário

Comentários


Nenhum comentário ainda.


Acervo Católico

© 2024 - 2025 Acervo Católico. Todos os direitos reservados.

Siga-nos