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Discussão
A forma como Thomas More terminou seus estudos em Oxford pode nos causar desconforto. Você pode sentir como, imperturbável pelas más condições de vida, More se apaixonou pelo aprendizado e estava no epicentro da Inglaterra para os primeiros rumores do que se tornaria o Renascimento. Quando jovem, cada novo dia deve ter oferecido a promessa de infinitas possibilidades, tanto pessoalmente quanto para o avanço do conhecimento humano. Então ele foi convidado a se afastar dele.
Em nossa cultura, que valoriza a satisfação pessoal acima de tudo, o que aconteceu com o jovem Thomas é chocante. Primeiro, nos perguntamos como More saiu de Oxford, depois ficamos perplexos como ele pôde fazer isso sem qualquer sentimento de animosidade em relação ao pai. A única resposta plausível é que More tinha um entendimento de que sua Fé exigia isso dele.
A coisa mais fácil para nós como pecadores é seguir nossa própria vontade. O desejo de sempre exercer nossa vontade vem da mãe de todos os pecados — o orgulho. Na época de More, os pais controlavam as decisões que afetariam seus filhos, mesmo quando a criança estava à beira da idade adulta ou mais velha. Thomas More deve ter sido tentado pelo orgulho, a acreditar que se conhecia melhor do que qualquer outro outro homem poderia - até mesmo seu pai. No entanto, de alguma forma, More encontrou em sua fé a vontade de não sucumbir a essa tentação. Será que Thomas More acreditava que o Quarto Mandamento exigia que ele submetesse sua vontade à de seu pai? Ou More foi motivado por uma compreensão profunda da obediência de Cristo à vontade de Seu Pai e desejou imitar a humildade de seu Salvador? Provavelmente, a resposta é sim para ambas as perguntas.
Em sua defesa, John More pode ter sentido que era seu dever não deixar seu precioso filho sob o peso de escolher o caminho de sua vida. Em retrospectiva, é até fácil para nós argumentar que John More estava certo sobre seu plano para a vida de Thomas. De uma perspectiva mundana, Thomas More - sem benefício de sangue nobre - tornou-se um dos homens mais poderosos do reino quando assumiu o papel de lorde chanceler da Inglaterra. Nem mesmo John More poderia prever tamanho sucesso. Do ponto de vista espiritual, a vida de Thomas More deve ser considerada um sucesso, pois ele se tornou um santo canonizado da Igreja Católica, patrono dos advogados, e acreditamos que ele está na presença de Deus para sempre. Mas nenhuma dessas eventualidades poderia ter ficado clara para John ou Thomas More na época.
Talvez não tenha sido o plano de John para seu filho, mas sim a perfeita obediência de Thomas More que abriu tais graças nesta vida. Pode ser que sua obediência a seu pai terreno tenha sido a preparação de que Thomas More precisava para permanecer obediente à Fé quando praticamente todos ao seu redor a desertaram. Sua humilde obediência às verdades sobre a indissolubilidade do casamento e a instituição divina da Igreja contrastava com a voracidade de Henrique VIII. desejo de fazer valer sua própria vontade. Isso lembra as palavras de São Paulo: “Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores; assim também pela obediência de um, muitos serão justificados” (Rm 5:19).
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