Filiação por Sacramento

O Batismo e a Eucaristia são agora os meios pelos quais homens e mulheres são incorporados à família da aliança de Deus. Eles marcam o juramento da aliança, a refeição comum e o sacrifício do cristão. A própria palavra “sacramento” testemunha esta verdade. “Sacramento” vem do latim sacramentum , que significa “juramento”, e a palavra foi aplicada ao Batismo e à Eucaristia desde os primeiros dias da Igreja. O governador romano pagão Plínio, o Jovem, registrou que os cristãos de sua época (final do primeiro século) se reuniam antes do nascer do sol para cantar hinos a Cristo, após o que eles “se uniriam por juramento”. 3 Este é o sacramentum , o juramento, que sela a aliança: a Sagrada Eucaristia. O próprio Jesus descreveu Seu relacionamento com a Igreja em termos explicitamente de aliança. Na Última Ceia, Ele abençoou o cálice da nova aliança em Seu Sangue (cf. Mt. 26:28; Mc. 14:24; Lc. 22:20; 1 Cor. 11:25). Isso faz uma grande diferença na nossa vida; por enquanto, como cristãos, podemos chamar Deus de “Abba! Pai!" (Gálatas 4:4-6). Somos verdadeiramente filhos de Deus (cf. Jo 1,12; 1 Jo 3,1-2), irmãos e irmãs e mães de Cristo (cf. Mc 3,35), que é o “primogênito entre muitos irmãos” (Romanos 8:29). Os cristãos são “membros da família de Deus” (Efésios 2:19). A revelação primária de Jesus Cristo é a paternidade de Deus (cf. Jo 15). Jesus revela Deus primeiro como Pai para Si mesmo e depois, por extensão, para os cristãos, como “filhos no Filho”. 4

O Livro do Apocalipse deixa claro que esta nova aliança é o mais próximo e íntimo dos laços familiares. A visão de João termina com a ceia das bodas do Cordeiro (Jesus) e da noiva do Cordeiro (a Igreja). Com este acontecimento – que a tradição entende como Eucaristia – os cristãos selam e renovam a sua relação familiar com Deus. Com este sacramento – que é ao mesmo tempo um juramento, um sacrifício e uma refeição de aliança – eles chamam o próprio Deus de seu verdadeiro Irmão, Pai e Esposo.