- A+
- A-
Acadêmicos de ponta marginalizados
H AHN : Vários estudiosos o fizeram, mas foram marginalizados – principalmente protestantes, como EW Hengstenberg, mas alguns católicos também. É uma daquelas situações em que, se você ousar dizer coisas politicamente incorretas, sua carreira está arruinada. Você está na lista negra, não foi promovido e certamente achará muito mais difícil publicar.
K EATING : Assim como hoje. Como disse Yogi Berra: “É um déjà vu de novo”.
H AHN : O que estamos vivenciando no cenário católico americano, especialmente na área dos estudos bíblicos, é um reflexo, uma continuação, desse fenômeno.
K EATING : Estudiosos de ponta que questionam essas coisas estão sendo marginalizados. Os seus livros não são revistos, não são promovidos, e os centros desta bolsa de estudos – certas universidades – convidam para o seu pessoal apenas pessoas que já concordam com a opinião da maioria. Parece que eles estão mais interessados em manter esse dique contra vazamentos do que em ver se há alguma substância.
H AHN : Este fenômeno é especialmente prevalente nos círculos acadêmicos católicos americanos. Mas parece que encontramos muitos mais académicos judeus e protestantes a fazer o que o Cardeal Ratzinger apelou na sua Palestra Erasmus de 1988, ou seja, uma “crítica dos críticos” – e o seu uso indevido de métodos histórico-críticos. E não é preciso ir muito longe para descobrir os seus interesses e segundas intenções, as suas agendas ocultas por detrás das suas hipotéticas reconstruções, e a razão pela qual estas teorias ténues pegam fogo e se tornam a moda do dia. Mas nos círculos católicos não se encontra o mesmo tipo de coisa, pelo menos na América do Norte. No entanto, a palestra de Ratzinger foi um apelo a fazer precisamente isto, a reconhecer o valor real mas limitado da crítica histórica: usos limitados, mas abusos quase ilimitados.
K EATING : Como ele foi recebido pelo establishment aqui?
H AHN : Houve aplausos oficiais e educados.
K EATING : Você não pode insultar um cardeal. Será que isso equivale a “Muito obrigado, senhor, pela sua opinião” – e então continuamos fazendo o que estamos fazendo?
HAHN : Talvez sim. Ao conversar com alguém que compareceu, descobri que houve aplausos educados, seguidos por um silêncio constrangedor.
Receba a Liturgia Diária no seu WhatsApp
Deixe um Comentário
Comentários
Nenhum comentário ainda.