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Nada de vinho antes da hora
Jesus usou a palavra “hora” para falar sobre o mistério central da fé, a obra que Ele veio realizar. Seu primeiro uso registrado da palavra foi no dia de Seu primeiro milagre registrado, a festa de casamento em Caná da Galiléia. Ele chega à festa daquele domingo junto com sua mãe e seus discípulos. Pouco depois, o vinho acaba na festa – uma situação embaraçosa para os noivos – e Maria diz ao Filho: “Eles não têm vinho”. Jesus responde: “Ó mulher, o que você tem a ver comigo? A minha hora ainda não chegou” (João 2:3-4).
A resposta dele lhe parece estranha? Mary fez uma observação simples e empírica: o vinho havia acabado. Mas Jesus parece ler muito sobre isso. Sua resposta: “Ó mulher, o que você tem a ver comigo? A minha hora ainda não chegou” – parece muito desproporcional ao simples relato de Maria. Mas talvez não.
Para dar sentido à afirmação de Jesus: “A minha hora ainda não chegou”, devemos identificar a suposição subjacente. Claramente, Ele antecipa uma “hora” em que algo importante acontecerá. No entanto, esse momento não é agora. Podemos compará-lo a um homem noivo convidando sua noiva para ir ao seu quarto ver suas gravuras. A noiva teria razão em responder: “O que você está dizendo? Nossa hora ainda não chegou.” Novamente, a suposição é que um dia chegará a hora – quando será apropriado que eles entrem em seu quarto – mas ainda não.
Mas qual foi a suposição subjacente à conversa em Caná? O que poderia ter lembrado Jesus de Sua “hora”? O que no pedido de Sua mãe sugere, mesmo remotamente, o tempo ainda distante da auto-oferta de Jesus? Vejamos o resto da cena, para ver se conseguimos descobrir algum detalhe que a festa de casamento tinha em comum com a hora da paixão, morte e ressurreição de Jesus.
O pedido de Maria teve um efeito surpreendente em seu Filho. “Agora havia seis jarros de pedra ali. . . cada um contendo vinte ou trinta galões. Jesus disse-lhes: 'Encham os jarros com água'. E eles os encheram até a borda. Ele lhes disse: 'Agora tirem um pouco e levem ao comissário da festa'. . . . Quando o administrador da festa provou a água agora transformada em vinho, . . . [ele] chamou o noivo e disse-lhe: 'Todo homem serve primeiro o bom vinho; e quando os homens beberam livremente, então o vinho pobre; mas tu guardaste o bom vinho até agora'” (João 2:6-10).
O que esta história nos diz sobre a hora de Jesus? Caná, dizem-nos, foi o primeiro dos “sinais” de Jesus. João usa a palavra “sinal” em vez de “maravilha” ou “milagre”, porque deseja destacar o significado simbólico por trás dos milagres. Um sinal é um milagre, sim, mas também um prenúncio de algo maior.
Relembre a conversa entre Jesus e Sua mãe. Apenas uma coisa no pedido de Maria poderia ter desencadeado tal resposta: “Eles não têm vinho”.
Jesus sabia que quando chegasse a Sua hora, Ele forneceria vinho – na verdade, o melhor vinho. Mas essa hora definitiva ainda não havia chegado.
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