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    • As Escrituras são Importantes: Ensaios sobre a Leitura da Bíblia a Partir do Coração da Igreja
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Scripture Matters: Essays on Reading the Bible From the Heart of the Church

Modelo Terrestre, Glória Celestial

Você já notou que o Antigo Testamento não fala muito sobre a Ressurreição ou o céu, se é que fala muito? Por que não? Porque na Antiga Lei, Deus nos deu o que queríamos – bem-estar temporal, prosperidade e poder – a fim de nos preparar para a revelação daquilo que realmente precisávamos e para o que fomos feitos – vida divina e glória celestial.

Se a diplomacia é a arte de deixar alguém fazer o que você quer, então Deus é o diplomata consumado. São Tomás explica que as promessas da Lei Antiga dizem respeito aos bens temporais por causa do pecado. Para que Deus nos levasse de volta onde poderíamos alcançar a nossa glória sobrenatural, Ele primeiro teve que restaurar um vínculo de confiança entre Ele e nós. À medida que o povo de Israel alcançou esses bens materiais, descobriu com o tempo que, em última análise, os bens da terra são sinais que apontam para os bens eternos do céu. Assim, Jesus veio proclamando a Nova Lei – não apenas de um reino terreno, mas de um reino eterno. A Antiga Lei foi projetada tendo em mente a nossa condição humana decaída, preparando-nos para a Nova Lei, que nos foi dada por Jesus Cristo. A Lei Antiga, explica São Tomás, é uma etapa intermediária entre a lei natural e a Lei Nova. Além da Lei Antiga, o homem não sabia que tinha um fim sobrenatural. Com isso, o homem aprendeu que tinha um fim sobrenatural pelo qual esperar, mas ainda lhe faltavam os meios ou a força para alcançá-lo.

A Nova Lei — o Evangelho de Jesus Cristo — é o que proporciona o poder necessário para ajudar o homem a guardar tanto a lei divina como a lei natural. São Tomás chega a identificar a Lei Nova com a habitação do Espírito Santo, presente no coração do crente baptizado que vive em estado de graça como filho ou filha do Deus vivo.

Assim, para Tomás de Aquino, a Nova Lei vai além do Sermão da Montanha e dos demais ensinamentos de Jesus. É nada menos que graça divina – que é vida e poder divinos. A graça é a Nova Lei que nos permite guardar os mandamentos de uma forma que nós, como filhos de Adão, não conseguiríamos sozinhos.

No seu Tratado sobre o Direito , Tomás apresenta o Evangelho da mesma forma que o Magistério da Igreja o apresenta há dois mil anos. A lei divina é dada para nos humilhar – e depois nos exaltar. Primeiro, a Antiga Lei humilhou-nos e mostrou-nos a nossa fraqueza e, portanto, a nossa necessidade de graça. Então a Nova Lei nos exaltou enchendo-nos do Espírito Santo.

Se compreendermos esta abordagem, veremos quão inescapável é para São Tomás a dimensão teológica do direito, e quão essencial é a graça divina para que guardemos tanto a lei natural como a Nova Lei.

 

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