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Hábitos do Lar
Havia uma dimensão litúrgica no sacerdócio natural dos patriarcas. São Jerônimo, no século IV, explicou que as vestimentas acompanhavam o ofício. Assim, quando Rebeca pega as vestes de Esaú, seu primogênito, e as dá a Jacó (cf. Gn 27.15), ela está transferindo simbolicamente o ofício sacerdotal. “Nesta passagem”, diz Jerônimo, “os hebreus dizem que os primogênitos desempenhavam o ofício de sacerdotes e tinham a vestimenta sacerdotal, vestida com a qual ofereciam sacrifícios a Deus, antes de Arão ser escolhido para o sacerdócio”. 2
Vemos o mesmo significado sacerdotal, uma geração depois, no “manto longo” que Jacó deu ao seu filho José (cf. Gn 37.3-4), e entendemos por que os meio-irmãos de José estavam cheios de ressentimento.
A paternidade, então, é a base original do sacerdócio. E a sucessão sacerdotal dos primogênitos é algo que decorre naturalmente do sacerdócio dos patriarcas. Assim, o significado essencial do sacerdócio remonta ao pai na família – o seu papel representativo, autoridade espiritual e serviço religioso. O primogênito é o herdeiro aparente do pai; aquele preparado para um dia suceder à autoridade paterna e ao sacerdócio dentro da família.
Desde o início, o sacerdócio pertenceu aos pais e aos seus filhos “abençoados”. Este facto histórico é atestado também por São Tomás de Aquino, que escreveu: “O sacerdócio também existia antes da lei. . . pois essa dignidade foi atribuída ao primogênito.” 3
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