Dane-se se você fizer isso, dane-se se você não fizer

Então os fariseus armaram a armadilha e fizeram a pergunta, sem deixar escapatória. Se Jesus responder de uma forma, Ele está pronto para ser executado pelos romanos. Se Ele responder de outra forma, Ele fica desacreditado diante do povo. Se Ele os aconselha a apedrejar a mulher, Ele é um homem morto. Se Ele os aconselha a ignorar a Lei de Moisés, Ele é um presunçoso e um hipócrita.

Então, o que seria: hipocrisia ou sedição?

Nenhum. Jesus viu a armadilha deles e subiu acima dela. Ele se recusou a responder sim ou não. Perfeitamente indiferente, imperturbável, Ele sentou-se traçando com o dedo no chão. Depois de alguns momentos de tensão, Ele ergueu os olhos e pronunciou Sua famosa frase: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra” (João 8:7).

E todos eles foram embora.

O que aconteceu? Alguns comentaristas dizem que Jesus estava simplesmente pedindo testemunhas honestas e credíveis. Mas essa interpretação encontra dois problemas. Primeiro, e se tal testemunha tivesse dado um passo à frente? Se Jesus tivesse autorizado tal testemunha a apedrejá-la, Ele também estaria autorizando a Sua própria sentença de morte em Roma. O segundo problema é que tal interpretação implicaria que, nesta única ocasião, Jesus picou a consciência dos fariseus, de cada um dos fariseus — em público, diante de espectadores. Mas não há absolutamente nenhuma evidência para apoiar tal leitura. Nem antes nem depois deste incidente os fariseus mostraram qualquer abertura para o arrependimento em resposta a Jesus. No final, eles estarão entre os Seus falsos acusadores diante de Pôncio Pilatos.

Então . . . Jesus realmente convenceu os fariseus de que ninguém na terra era capaz de julgar? Será este o fim do “julgamento”?