- A+
- A-
20. COMPAIXÃO NO
SELVAGEM
A Alimentação dos Cinco Mil (14:13-23)
O EPISÓDIO DA alimentação milagrosa de uma imensa multidão que se segue (14:13-21) é um excelente exemplo do que os estudiosos bíblicos chamam de “atestado múltiplo”, uma vez que a passagem retrata o único milagre encontrado em todos os quatro Evangelhos. Chama a nossa atenção para o que deve ter sido uma narrativa fundamental do querigma cristão primitivo. É fácil entender o porque. Este episódio não apenas destaca o exercício contínuo de compaixão eficaz subjacente a todo o ministério de Jesus. Em particular, serve como uma primeira abordagem à realidade importantíssima da Sagrada Eucaristia como culminação da obra divina de misericórdia e dos doze apóstolos como sacerdotes da Nova Aliança, agindo tanto na pessoa de Cristo como como intermediários sacramentais. entre o Senhor e a sua Igreja.
O episódio oferece, antes de tudo, um contraste flagrante com o que acaba de preceder: enquanto os nazarenos e Herodes rejeitam Jesus, as multidões são magneticamente atraídas por ele. Além disso, ambas as cenas (a do palácio de Herodes e a do deserto e relvado ao ar livre) apresentam-nos banquetes: a primeira é uma celebração elitista e frívola do aniversário de um pequeno monarca, encenada por ele mesmo, um banquete em que a vida é tirada ; a segunda é uma reunião de todos os necessitados, na qual a vida é doada.
O contraste entre as duas cenas continua quando vemos a primeira, no salão de Herodes, em termos de um epicentro do poder cortês e da corrupção, enquanto o banquete de Jesus na grama cria uma zona de separação (“eles o seguiram até um lugar deserto”, 14:14) que deixou para trás todas as noções de sucesso e maquinação mundanas.
א
Receba a Liturgia Diária no seu WhatsApp
Deixe um Comentário
Comentários
Nenhum comentário ainda.