- A+
- A-
12:16 ἐπετίμησεν αὐτοῖς ἵνα μὴ
ϕανεϱὸν αὐτὸν ποιήσωσιν
ele os advertiu severamente
contra manifestá-lo abertamente
JESUS É INIMIGO de toda ostentação e presunção farisaica. Ao proibir aqueles que acabaram de ser curados de torná-lo conhecido, Jesus está demonstrando que nem a prática da caridade semelhante à de Deus, nem a proclamação da verdade podem ocorrer sem paciência e mansidão serenas. O ponto é tão crucial que ele o apresenta de maneira paradoxal: aquele que é manso e humilde de coração (11:29; 12:1920) é mostrado aqui alertando os outros severamente contra transformá-lo em uma atração religiosa. A mansidão severa, então, é um de seus atributos fundamentais, uma das qualidades que o diferenciam de todos os demais e manifestam sua divindade, um método de ação, poderíamos dizer, pelo qual ele está até disposto a sacrificar todos os seguidores.
A retirada de Jesus da arena do conflito e a sua escolha deliberada de ocultação ilustram a sua opção fundamental de fazer o bem anonimamente, em segredo, onde só o seu Pai o pode ver (cf. 6, 4), como se esse anonimato fora da vista assegurou a maior eficácia de seus atos de amor. A relação interior abundantemente rica com seu Pai que será revelada nos próximos versículos parece estar em proporção direta com esse retraimento e amor pelo ocultamento. Também existe aqui uma forte antítese entre γνούς; (“conhecer”) e μὴ ϕανεϱόν (“não manifestar”): o maior conhecimento de Jesus sobre o coração humano e sua compreensão da situação que se forma ao seu redor fazem com que ele prefira o sigilo, a discrição, a humildade e a não combatividade. A escolha dele por Deus, seu status divino, sua unção com o Espírito, sua missão de vindicar a justiça de Deus: tudo isso assume a forma humana visível na terra de retraimento, silêncio, ocultação, não-violência, ternura e compaixão, tudo isso em o fim produz nada menos que a vitória da justiça. Em ambos os extremos do drama — isto é, tanto na comissão divina de Cristo como na vitória que ele finalmente traz — temos uma demonstração de poder; contudo, no meio da ação redentora, e como principal meio para sua realização, encontramos a mansidão. Por que é que a humildade é a arma que o próprio Deus privilegia na sua batalha contra as forças que destroem o homem?
א
Receba a Liturgia Diária no seu WhatsApp
Deixe um Comentário
Comentários
Nenhum comentário ainda.