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18:5 ὃς ἐὰν δέξηται ἓν παιδίον τοιοῦτο
ἐπὶ τῷ ὀνόματί μου, ἐμὲ δέχεται
quem recebe uma criança assim
em meu nome, me recebe
INFÂNCIA S IRITUAL, humildade, obediência ao Pai, Paixão redentora, Ressurreição pelo poder da glória de Deus: todos estes são os elementos que constituem o único Mistério de Cristo. Aqui Jesus não está apenas exaltando a humildade como uma virtude moral desejável. Ao colocar a criança no centro da atenção do discípulo, ela está na verdade se apresentando como o epítome do poder da humildade. O ensinamento de Jesus sobre a humildade culmina agora na sua auto-identificação com a criança. A cada passo, o Evangelho revela algo sobre a natureza de Deus à medida que se manifesta na pessoa, nas palavras e nas ações de Jesus. Aquele que aqui elogia a humildade infantil (ταπείνωσις) é o mesmo que exclamou: “Aprenda comigo; pois sou manso e humilde de coração [ταπεινὸς τῇ ϰαϱδίᾳ]” (11:29). E a criança é admirada por Jesus por fazer exatamente o que o hino kenótico de Paulo em Filipenses celebra na própria vida de Cristo: “Quem se humilha [ταπεινώσει ἑαυτόν] como esta criança. . .”; “Achado em forma humana, humilhou-se [ἐταπείνωσεν ἑαυτόν] e tornou-se obediente até a morte, morte de cruz” (Filipenses 2:8).
Se Jesus pode exortar-nos veementemente a empreender este caminho de auto-humilhação, tão impensável em termos das nossas inclinações naturais, é apenas porque a nossa possibilidade de o fazer no futuro (ταπεινώσει) já está assegurada pelo facto de Jesus já ter ido ao extremo da auto-humilhação no passado histórico (ἐταπείνωσεν) e, assim, abre-nos no presente o alegre portal da humildade.
Quem “receberá” a infância em seu coração? A questão é crucial, porque ninguém acolhe verdadeiramente Jesus hospitaleiramente na casa do seu coração se não acolher a infância espiritual, a pobreza, a humilhação, a marginalidade, a liberdade dos filhos de Deus. Receber alguém “em nome de Jesus” significa recebê-lo como discípulo de Jesus, no lugar de Jesus, como a própria pessoa de Jesus. Esses cinco versículos curtos realizaram uma transformação poderosa, porque eles lutaram para desviar o auto-envolvimento dos discípulos de seus egos e centralizar a atenção de suas almas na pessoa de Jesus, conforme revelado pelo abraço de Jesus à criança humilde como alter . ego e símbolo vivo de um ser humano segundo o Coração de Deus. Os discípulos estão começando a compreender que, se aspiram a ser recebidos algum dia em nome de Jesus, devem primeiro tornar-se semelhantes a Jesus, tornando-se como crianças.
Também os discípulos devem aprender a viver à margem da própria autoestima para viver no Coração de Cristo. Procurando o segredo da grandeza humana em Jesus, eles encontraram nele a sabedoria secreta da humildade, “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, embora fosse rico, por amor de vocês se tornou pobre, para que pela sua pobreza vocês pudessem enriquecer” (2 Co 8.9). A humildade e a pobreza são os dois pilares que constroem a porta do Reino dos Céus, onde só podem entrar os que são crianças. Pois, como ouvimos na Transfiguração, só em Jesus, seu Filho amado, o Pai tem prazer – em Jesus e em todos os que ouvem o convite de Jesus a tornar-se como uma criança (cf. 17, 5).
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