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28. O FERMENTO DA SUA
PRESENÇA
Exemplos negativos: fariseus e saduceus
(16:5-12)
16:5 οἱ μαθηταὶ . . . ἐπελάθοντο ἄϱτους λαβεῖν
os discípulos. . . esqueci de trazer pão
AMBOS OS FARISEUS E OS DISCÍPULOS são cegos, mas cada cegueira tem uma causa muito diferente. A cegueira dos fariseus está enraizada na arrogância e na presunção: assumindo que já possuem a plenitude da verdade, cabe-lhes agora a única tarefa de testar os outros. O teste de outro pressupõe que alguém tenha todos os critérios necessários para julgar a veracidade ou falsidade desse outro. Esta arrogância cega os fariseus ao esplendor do Pai que brilha no rosto de Jesus (cf. 2 Cor 4, 6). Eles questionam a veracidade de Jesus enquanto olham a Verdade de frente (cf. Jo 14, 6). E por isso exigem sinais acadêmicos daquele que, sendo o único Signo vivo, espalha o bem a cada passo que dá. Infelizmente, Jesus deve virar as costas a tal arrogância intratável e deixá-la para trás, onde ela se colocou, fora da esfera da sua influência.
Com os discípulos, ao contrário, é uma questão de esquecimento lento e espessura normal do crânio. Eles não apenas se esqueceram de levar pão para a travessia do lago; eles também já esqueceram os dois acontecimentos extraordinários do passado recente: a alimentação dos cinco mil e depois das quatro mil pessoas (14:17-21 e 15:34-38). A segunda multiplicação de pães e peixes ocorreu apenas cinco versículos atrás! Jesus claramente não está preocupado com o fato de os discípulos se esquecerem dos detalhes práticos da vida cotidiana. Em vez disso, ele está preocupado por eles terem esquecido tão rapidamente seus atos destinados a nutrir suas almas, revelando-lhes sua identidade mais profunda. Mas o esquecimento e a pequenez de fé são muito mais perdoáveis do que a arrogância invencível. E assim Jesus não abandona os seus discípulos, mas vai com eles para o outro lado do lago, e esta mudança de local simboliza a sua tentativa de elevá-los a um nível mais elevado de fé, compreensão e intimidade consigo mesmo.
O presente episódio representa uma luta interior entre Jesus, o professor, e seus discípulos, e exemplifica a maneira como o ensino de Jesus a eles está sempre entrelaçado com a vida cotidiana. Esquecem-se de trazer pão e, em vez de lamentar o facto, Jesus vê esta ausência de alimento material como uma excelente oportunidade para os seus seguidores crescerem em sabedoria. Sua persistente mentalidade terrena enquanto estavam ao lado de Jesus confunde a imaginação. Eles testemunharam o poder de Jesus explodindo silenciosamente a matéria a partir de dentro, de modo que uma quantidade insignificante de comida se torna, ao seu toque, uma abundância transbordante que alimenta nove mil pessoas. E mesmo assim, pouco tempo depois, eles estão preocupados por não terem trazido comida para os treze! O esquecimento de trazer pão é, aos olhos de Jesus, um acontecimento providencial, porque através daquele vazio do esforço humano, que é como uma fenda no crânio, talvez agora possa entrar o poder e a luz de Deus.
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