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13:42a βαλοῦσιν αὐτοὺς εἰς τὴν ϰάμινον τοῦ πυϱός
eles os lançarão na fornalha de fogo
A SIMPLES MENÇÃO de “queimar” na conclusão da parábola (13:30c) desencadeia na explicação uma insistente dialética de dois tipos dramaticamente diferentes de fogo e luz: “queimado pelo fogo” (13:40a), “ fornalha de fogo” (13:42a) e “brilhar como o sol” (13:43a). O tempo da colheita assinala o momento em que cada crescimento deve ser identificado pelo que é, quando cada um deve, consequentemente, encontrar o seu próprio destino de acordo com a sua natureza e trajetória. Só pode ser armazenado como valioso aquilo que pode servir de alimento para outros e que, assim, mostra finalmente que todos os esforços do agricultor valeram a pena. A esterilidade não pode encontrar recompensa num campo de trigo. Onde a abundância de vida é o valor supremo, a recusa em produzir frutos não pode receber nenhuma função positiva. O campo deve ser completamente limpo em vista de uma colheita futura e, portanto, a cada cultivo deve ser feito um julgamento sobre o seu destino: celeiro ou fogo?
Somente os anjos receberam do Filho, junto com suas ordens, inteligência segura de reconhecimento, de modo que, diferentemente dos servos da parábola, o julgamento dos anjos ao colher o joio é sempre inerrante. E a explicação dá um novo nome ao joio, um nome terrível que sela para sempre a sua identidade: σϰάνδαλα (“escândalos”, isto é, “causas do pecado”) e “aqueles que praticam ἀνομία” (“ilegalidade” ou “injustiça ”, de α [não] + νόμος [lei]). O texto é maravilhosamente imparcial neste ponto - tão imparcial quanto qualquer bom juiz deveria ser - usando uma circunlocução um tanto estranha que consiste em um substantivo abstrato (“escândalos”), designando o dano causado a outros, e uma expressão bastante impessoal para “os injustos”. ”Isso enfatiza que eles realmente fazem o mal e não assume qualquer natureza ontologicamente má da sua parte. Sua morte é definida como resultante de sua ἀνομία, isto é, o desrespeito deliberado da lei de amor frutífero de Deus.
É como se o texto, como o Senhor, condenasse apenas com o coração pesado e quando não resta outra alternativa, e como se, nesta condenação, as causas mais profundas da sentença adversa devessem ficar muito claras: elas residem no consciente e perversa escolha de uma ordem antitética à de Deus. Como tal, estes injustos não podem ter lugar no Reino de Deus.
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