• Home
    • -
    • Livros
    • -
    • Fogo da Misericórdia, Coração da Palavra: Meditações sobre o Evangelho Segundo São Mateus (Volume 2)
  • A+
  • A-


Fire Of Mercy Vol. 2 Heart of the Word

15:4 τίμα τὸν πατέϱα ϰαὶ τὴν μητέϱα, . . .

e ϰαϰολογῶν

Honre seu pai e sua mãe, . . .
quem fala mal

COMO SE PODE razoavelmente esperar que alguém honre os pais, que são a manifestação terrena do Pai eterno, quando essa pessoa já conseguiu usurpar a autoridade do próprio Deus? As duas infidelidades andam de mãos dadas – aquela contra a reverência absoluta devida a Deus e à Palavra de Deus e aquela contra a honra devida aos pais. As hierarquias celeste e terrena permanecem ou caem juntas: a violência feita ao maior inclui necessariamente a violência ao menor. Não é por acaso que, quando o divino Legislador no Sinai passou dos três mandamentos que tratam de si mesmo para os sete que tratam do próximo, o primeiro deles diz respeito ao pai e à mãe, que representam assim a transição das relações sobrenaturais para as naturais.

Ao compreender da maneira mais concreta e prática o mandamento de “honrar pai e mãe”, Jesus mostra que nenhum mandamento de Deus pode ser obedecido com base em boas intenções gerais e em meras palavras. Aqui está um exemplo óbvio da forte unidade que existe na religião autêntica entre princípios éticos e de culto. A adoração a Deus não pode de forma alguma ser colocada em conflito com os mandamentos que regulam o nosso relacionamento com os nossos semelhantes. A negligência de obrigações sociais sérias não pode ser justificada apelando a actos de culto alegadamente “mais elevados”. Não podemos pretender adorar e agradar o Deus dos mandamentos enquanto ostentamos deliberadamente os próprios mandamentos que incorporam a sua vontade expressa e comunicam a sua natureza divina. Toda adoração e “espiritualidade” são suspeitas quando tendem a nos separar daquilo que é amado pelo Deus que adoramos.

“Honrar pai e mãe” significa claramente, para Jesus, cumprir o dever para com eles, viver essa honra nos detalhes da vida diária, cumprindo obrigações concretas para com os pais. A prática farisaica do korban — consagrar ao tesouro do templo dinheiro que deveria por direito ir para os pais — já é explicitamente condenada em Provérbios: “Aquele que rouba a seu pai ou a sua mãe e diz: 'Isso não é transgressão, é companheiro de um homem que destrói” (28:24). E Jesus, por sua vez, na sua maneira de citar as Escrituras, demonstra como os fariseus inverteram precisamente não só a letra, mas o próprio espírito da vontade de Deus. Embora a palavra de Deus exija a observância concreta por meio de ações, Jesus expõe como os fariseus usam a linguagem sagrada de uma forma meticulosamente destinada a dissolver a urgência das ações e abolir o poder da palavra de Deus: “Pois Deus disse. . . . Mas vocês dizem : 'Se alguém disser ao seu pai ou à sua mãe: “O que vocês ganhariam de mim é uma oferenda [a Deus no templo]”, ele não honrará seu pai.' ” A última frase de Jesus aqui, na qual cita os fariseus, nos choca porque é uma inversão e cancelamento literal do mandamento.

Jesus mostra assim que, embora a palavra de Deus seja criativa, promovendo o crescimento da vida e do relacionamento (como entre pais e filhos na sociedade), a palavra dos fariseus é descriativa, não apenas retardando o crescimento, mas na verdade tentando empurrar a ordem estabelecida por Deus de volta ao normal. nada. Eles têm apenas que pronunciar a única palavra mágica korban (“oferta ao templo”) e por este decreto voluntário eles desfazem, não apenas o seu relacionamento com os seus pais, mas, mais gravemente, com a própria palavra de Deus. Ao citar Êxodo 21:17 (“quem fala mal de seu pai ou de sua mãe não escape da morte”) em conjunto com Êxodo 20:12, Jesus revela como um certo tipo de linguagem pode de fato mergulhar o orador na catástrofe, mas nunca desfazê-lo. realidade. Longe de abolir o poder da palavra de Deus, a palavra dos fariseus está na verdade clamando ao céu por vingança.

Da palavra dos fariseus não vem a esperada revogação da Lei, mas a morte real. As palavras não abolem a realidade; em vez disso, precipitam o orador de cabeça nas implicações das suas escolhas. Aquele que fala mal contra a fonte criada de sua vida não merece nada menos que a morte; e assim a expressão θανάτῳ τελευτάτω significa literalmente “deixe-o chegar ao seu fim pela morte”, uma perífrase que pretende enfatizar o fato de que tal pessoa não pode, na justiça, ter outro fim senão a morte. A palavra ϰαϰολογῶν, usada aqui por Jesus e normalmente traduzida como “falar mal de”, significa literalmente “falar mal” ou “falar mal”. Um significado tão fraco e difuso intensifica obviamente o impacto da sentença de morte e manifesta muito claramente a gravidade dos “crimes de fala” aos olhos de Deus, particularmente quando dirigidos aos pais ou ao próprio Deus (blasfêmia).

א

 

Receba a Liturgia Diária no seu WhatsApp


Deixe um Comentário

Comentários


Nenhum comentário ainda.


Acervo Católico

© 2024 - 2025 Acervo Católico. Todos os direitos reservados.

Siga-nos