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12:34b ἐϰ τοῦ πεϱισσεύματος
τῆς ϰαϱδίας τὸ στόμα λαλεῖ
a boca fala da
abundância do coração
NOSSOS AFETOS E EMOÇÕES precisam de redenção através da educação, e por isso o Senhor aqui os educa, fazendo-os enfrentar a dicotomia radical existente entre a descendência da luz e a das trevas. Devemos escolher de quem seremos filhos e, conseqüentemente, o que preencherá nossos corações e, por sua vez, nascerá deles. As palavras que falo são uma manifestação do meu ser; eles são os inúmeros filhos que estou continuamente liberando para o mundo desde o ventre do meu coração, e cada um deles carrega minha marca genética. O que Jesus chama de “a 'abundância' [ou 'transbordamento'] do coração” é uma expressão neutra que se refere a um processo, não a um conteúdo. No concreto, o processo deve adquirir um conteúdo específico, deve tornar-se ou o desabrochar de uma bela fruta elevada contra o sol ou a fervura que brilha num buraco de cobras emaranhadas. Ambos possuem vitalidade e movimento, mas quão diferentes são as qualidades que cada um incorpora e promove!
A palavra ἐϰβάλλει (“produzir”) em 18:35 aponta para a mesma palavra em 18:20 (“trazer justiça à vitória”) e 18:26-28 (expulsar os demônios) e, portanto, atua como um enfiador de linha. nossas três últimas passagens juntas em narrativas relacionadas. Esta palavra sublinha o caráter dinâmico da natureza humana, sempre trabalhando em algum projeto, sempre empenhada em promover alguma causa. Além disso, o mero ato de “transbordar”, isto é, atividade pela atividade, produção pela produção, não significa nada aos olhos de Deus. Nossa “árvore” inicial se permutou em um homem, seu coração e seu “tesouro” ou “armazém”. Em tudo isso, é Deus quem fornece o próprio ser e a natureza da árvore, do homem, do coração e do armazém; cabe ao próprio homem, entretanto, ver com o que esses vasos serão preenchidos. De fato, somos tesouros vivos, com a capacidade e a necessidade de conter, de conceber, de produzir.
Mas o que devo trazer? Quem será o pai dos meus filhos? Será que “expulsarei” demônios como Jesus e os colocarei em fuga permanentemente, ou preferirei “produzir” demônios no sentido de gerá-los? A semelhança do trabalho, o estresse do “transbordamento” envolvido, podem me levar a acreditar que meu trabalho é sagrado, quando na verdade meu tesouro está gerando uma ninhada sombria. A folhagem superficial não pode me dizer sobre maturidade ou podridão, nem a beleza da boca pode garantir a verdade das palavras. Devemos olhar para a semente da qual cresce o coração da árvore, para a Semente essencial que é a Palavra implantada no fundo de um coração aberto. Ou melhor, devemos dedicar-nos ao trabalho de arrancar o que está podre, arar o solo e preparar-nos para a nova plantação que produzirá a beleza de uma colheita abundante. A terra boa é uma noiva em pousio, aguardando o advento de seu noivo, a Palavra.
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