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30. ROCHA SATÂNICA
Primeiro Anúncio da Paixão
(16,21-23)
16:21 δεῖ αὐτὸν ἀπελθεῖν, παθεῖν,
ἀποϰτανθῆναι ϰαὶ ἐγεϱθῆναι
ele deve ir, sofrer, ser morto e ser criado
É realmente preocupante a passagem que agora segue imediatamente às promessas do Senhor a Pedro. Vemos que, embora Pedro tivesse acertado a identidade de Jesus como Redentor, ele ainda não havia compreendido os meios de redenção divinamente designados. O evento da Transfiguração que ocorre em breve (17:1-8) é precedido (16:21) e seguido (17:12, 22-23) por previsões da Paixão. Isto implica que o poder conferido a Pedro e a glória de Jesus como Filho de Deus (16:27) não podem ser eficazes e redentores até que o Messias morra na cruz. Assim, a nomeação de Pedro por Cristo como pastor supremo é parte integrante do seu ensino sobre a loucura da Cruz. Há de fato uma certa loucura divina em nomear um mero ser humano para uma posição tão elevada. O padrão do “sinal de Jonas” é aqui evocado, com a mesma certeza da ressurreição “depois de três dias” (13:40; 16:21). Mas Pedro ouve apenas os temas da derrota e do sofrimento e não aceita nada disso.
Com a mesma autoridade imperiosa com que Jesus acaba de proclamar, no futuro profético: “Eu te darei as chaves do reino dos céus” e “as portas do Hades não prevalecerão contra [a minha Igreja]”, Jesus agora afirma que ele deve ir a Jerusalém para sofrer, ser morto pelos pecadores e ser ressuscitado dentre os mortos pelo Pai. Os quatro verbos que ele usa (“ir”, “sofrer”, “ser morto” e “ser ressuscitado”), os dois primeiros na voz ativa e os dois últimos na voz passiva, têm cadência e rima no grego que convém ao fórmula solene que aqui define o itinerário redentor de Jesus na terra. A frase de Jesus mostra como até mesmo as ignomínias que ele deve suportar passivamente estão compreendidas dentro de um plano divinamente preconcebido e de um ato de sua própria vontade soberanamente livre.
Na verdade, ele insiste veementemente com Pedro sobre a necessidade de ele derramar sua vida. Esta importante determinação de Jesus de subir a Jerusalém, e a morte certa que ela implica, é uma revelação profunda dos pensamentos e da vontade de Deus. Mas para Pedro, tão apegado ao seu Mestre, isso soa apenas como a trágica separação de amigos queridos e o amargo fim de uma comunhão de vida e de esperança para o futuro. Embora Jesus tenha em mente a plenitude de vida para seus discípulos, Pedro só pode considerar uma comunhão agradável agora.
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